Cotidiano

Suspeito de assassinar família brasileira chega à Espanha para depor

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MADRID (AFP) ? Um jovem brasileiro suspeito de esquartejar membros da própria família voltou à Espanha, onde cometeu o crime, para se entregar voluntariamente às autoridades, segundo a Guarda Civil local. François Patrick Nogueira Gouveia, sobrinho do casal assassinado e tio das outras duas vítimas, chegou a Madri às 13h na cidade, 9h pelo horário de Brasília, nesta quarta-feira, e foi detido já no Aeroporto Internacional de Barajas, na capital espanhola. De lá, foi levado à delegacia de Guadalajara, na província de Castela – A Mancha.

Gouveia é o principal suspeito do assassinato de quatro membros de sua família, natural da Paraíba. Marcos Nogueira, Janaína Santos ambos de 39 anos e seus dois filhos, de um e quatro anos, foram mortos em 18 de setembro em um chalé de Pioz, povoado a 60 km a leste de Madri. Quase um mês depois, a polícia encontrou os corpos, graças ao chamado de um vizinho, que estranhou o mau cheiro que vinha da casa. Os corpos estavam dentro de sacos de lixo, sendo que os dois adultos haviam sido esquartejados. Existe a suspeita de crime passional, baseada em depoimentos da família das vítimas.

Dois dias depois do crime, Gouveia deixou o país europeu, após adiantar o bilhete de volta. As autoridades de polícia espanholas dizem que esta atitude do jovem funcionou como uma das provas ?indubitáveis? que levaram ao nome de François Gouveia. Outra prova foi encontrada através do rastreamento do celular do suspeito, que mostrou que ele esteve na casa da família no dia das mortes, segundo informou um funcionário do governo de Castela – A Mancha.

SEM APEGO À VIDA

De acordo com as autoridades da Espanha, o suspeito não teria ligação com o crime organizado e atuou sozinho.

O Ministério das Relações Exteriores da Espanha havia pedido às autoridades brasileiras a prisão preventiva de Patrick Gouveia, apesar de o tratado bilateral de extradição daquele país não contemplar o Brasil. Assim, foi necessária uma negociação entre a Guarda Civil local e o advogado do jovem, segundo a chancelaria.

Os investigadores apontaram Gouveia como dono de um perfil ?egoísta? e ?sem apego à vida humana?, com um passado violento, já tendo um histórico de agressão a um professor.

Patrck Gouveia havia vivido quatro meses com a família assassinada em Torrejón de Ardoz, localidade próxima a Madri, onde a família residiu antes de de se mudar para Pioz.