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Susana Schnarndorf vai falar com a belga que quer eutanásia

A nadadora Susana Schnarndorf Ribeiro, 48 anos, portadora de uma rara doença degenerativa, encerrou ontem sua participação na Paralimpíada, mas vai levar sua determinação para outras raias. A gaúcha pretende se encontrar nos próximos dias com a belga Marieke Vervoort, medalha de prata nos 400m com cadeiras de rodas em sua derradeira participação nos Jogos. Marieke, de 37, tem planos de recorrer à eutanásia.

Assim como a brasileira, a belga sofre de doença degenerativa e, em recente entrevista do Rio, disse que está piorando. Atualmente, não mexe os membros inferiores. Susana, além de querer conhecê-la, deseja transmitir uma mensagem de otimismo.

? (A missão) é inspirar as pessoas e todos que têm doença degenerativa a não perder a esperança, porque a vida sempre guarda coisas especiais como essa Paralimpíada para a gente ? disse Susana, medalha de prata no revezamento 4x50m misto 20 pontos, ao lado de Daniel Dias, Clodoaldo Silva e Joana Maria Silva.

Em sua última prova no Rio, Susana ficou em 7º ontem nos 200m medley e fechou um ciclo. A equipe de produção concluiu as filmagens para o documentário ?Mil dias?, e a biógrafa Luciane Tonon colheu as últimas impressões para a biografia da nadadora, que pretende estar em Tóquio-2020:

? Estou feliz por ter pego prata no revezamento e ajudado o Brasil. Tudo foi difícil para mim, tive que refazer a minha classificação há pouco tempo, aí muda o adversário, muda o estilo. Mas nadei feliz, nadei com alegria.

SÉTIMO LUGAR QUE VALE OURO

No único dia no qual o Brasil não subiu no pódio na natação, Susana foi considerada a única vencedora. Em sua prova, completada com nítida limitação de movimentos que a incluiu na classe S5 (deficiência física), ela passou as parciais em oitavo até arrancar para o sétimo lugar nos 50m finais. Isso depois de ter que esperar pela manutenção da bomba de água da piscina, que atrasou a largada em quase uma hora:

? Atrapalhou bastante, porque meu aquecimento é muito importante. A minha musculatura vai travando. Mas fiz o melhor que eu pude, e o sétimo lugar eu comemorei como uma medalha de ouro. Foi o que eu podia fazer melhor agora, estava muito dura. Mas estou feliz, porque peguei uma final e agora é partir para a próxima.