Cotidiano

Surtos de sarampo no Brasil: saiba mais sobre a doença

Pelo menos três estados brasileiros já confirmaram surtos de sarampo neste ano. Amazonas e Roraima, juntos, têm cerca de 500 casos confirmados e mais de 1,5 mil em investigação. No outro extremo do País, o Rio Grande do Sul também confirmou seis casos da doença este ano. Já o Rio de Janeiro investiga quatro casos – um deles com resultado preliminar positivo pra sarampo. Essa semana foi confirmada morte de um bebê de sete meses no Amazonas. O menino morreu dia 28 de junho após apresentar sintomas como febre, manchas na pele, tosse e coriza.

Em 2016, o Brasil recebeu da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) o certificado de eliminação da circulação do vírus. A doença, entretanto, voltou a ser motivo de preocupação entre autoridades sanitárias em razão das baixas coberturas vacinais identificadas no País e por ser altamente contagiosa.

Em junho, países do Mercosul fizeram um acordo para evitar a reintrodução de doenças já eliminadas na região das Américas, incluindo o sarampo. Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile se comprometeram a reforçar ações de saúde nas fronteiras e a fornecer assistência aos migrantes numa tentativa de manter baixa a transmissão de casos.

A doença

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. Complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano.

A doença é de distribuição universal e apresenta variação sazonal. Nos climas temperados, observa-se o aumento da incidência no período compreendido entre o fim do inverno e o início da primavera.

Sintomas – Os sintomas do sarampo incluem febre alta acima de 38,5°C; erupções na pele; tosse; coriza; conjuntivite; e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal, conhecidas como sinais de Koplik e que antecedem de um a dois dias antes do aparecimento da erupção cutânea.

Diagnóstico – O diagnóstico laboratorial é realizado mediante detecção de anticorpos IgM no sangue na fase aguda da doença, desde os primeiros dias até quatro semanas após o aparecimento da erupção cutânea.

Transmissão – Ocorre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, a elevada taxa de contágio da doença. A transmissão acontece de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento do exantema (erupções cutâneas). O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início da erupção cutânea.

Prevenção – A vacinação contra o sarampo é a única maneira de prevenir a doença. O esquema vacinal vigente é de uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses e a segunda dose da vacina tetra viral aos 15 meses. Pessoas com suspeita de sarampo, gestantes, crianças com menos de 6 meses e imunocomprometidos não devem receber a dose. A gestante deve esperar para ser vacinada após o parto.

Tratamento – Não existe tratamento específico para o sarampo. É recomendável a administração de vitamina A em crianças acometidas pela doença para reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. O tratamento profilático com antibiótico é contraindicado. Para os casos sem complicação, a orientação é manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a hipertermia. Muitas crianças precisam de quatro a oito semanas para se recuperar. Complicações como diarreia, pneumonia e otite média devem ser tratadas de acordo com normas e procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.