Policial

Superlotadas, UPAs retêm macas do Siate

No início da noite a situação estava tão complicada que uma ambulância do Siate ficou retida na UPA Veneza

Superlotadas, UPAs retêm macas do Siate

A superlotação das três UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) de Cascavel voltou a causar dificuldades na regulação de pacientes na noite de ontem (17).

De acordo com o Consamu, que faz a regulação, a grande quantidade de acidentes e casos clínicos registrados nessa quinta-feira fez com que a situação, que já estava complicada por conta do grande número de pacientes esperando leito hospitalar, ficasse ainda pior. “Temos vários casos ortopédicos do fim de semana ainda represados não UPA Tancredo e, com os outros casos registrados hoje, chegamos a ter todas as viaturas do Siate e do Samu na rua ao mesmo tempo… a situação ficou ainda mais complicada. A demanda está muito grande, por exemplo, de sábado até segunda-feira 15 fraturados deram entrada nas UPAs”, explica o diretor técnico do Consamu, Rodrigo Nicácio.

No início da noite a situação estava tão complicada que uma ambulância do Siate ficou retida na UPA Veneza. Socorristas encaminharam para a unidade uma vítima de acidente e a ambulância ficou retida no local por mais de 40 minutos porque não havia maca para remanejar o paciente.

Regulação

Nicácio destaca que pacientes estão sendo regulados para o HU (Hospital Universitário) e que ontem teriam sido quatro transferências dos casos retidos na UPA. Para ele, a regulação ao HU está normal, somente na quarta-feira (16) foram 31 regulações para o hospital.

O Hospital São Lucas também está operando acima da capacidade, de acordo com diretor. “No São Lucas regulamos duas crianças hoje [17] porque não havia leito disponível. Mas o que faz falta também é o Hospital Salete, que está recebendo apenas pacientes cardíacos, casos clínicos que antes eram regulados para lá agora também ficam nas UPAs”, lamenta Rodrigo.

Busca de alternativas

Uma sugestão da regulação para desafogar as UPAs seria a suspensão das cirurgias eletivas no HU. “Nós precisamos fazer diferente para obtermos resultados diferentes. Por exemplo, criar um fluxo novo, utilizar o centro cirúrgico do HU para operar urgências da UPA durante a madrugada ou então fazer um mutirão de cirurgias ortopédicas. O sistema precisa de inovação para tentar soluções diferentes, pois o problema é o mesmo desde que o Consamu existe, há quase seis anos e 450 mil regulações depois”, explica Rodrigo Nicácio.

O secretário de Saúde de Cascavel, Thiago Stefanello, acredita que a suspensão de eletivas não vai resolver o problema. “Vai muito além disso. O Estado é o gestor, precisa auditar e encaminhar a solução. O Estado não pode depender apenas… temos uma rede de serviços hospitalares. Não existem leitos suficientes em Cascavel para toda a 10ª Regional. Isso é fato! É preciso que o Estado disponibilize leito hospitalar aos pacientes, seja em Cascavel ou em outra cidade. Precisamos de soluções e atitudes mais enérgicas e mais rápidas”, garante Thiago.