RIO ? Pesos pesados em Hollywood, Steven Spielberg e Harvey Weinstein estão prestes a bater cabeça, ao decidir fazer dois filmes diferentes baseados na mesma história. O cineasta e o superprodutor, que planejavam originalmente trabalhar juntos numa cinebiografia de Edgardo Mortara. Mas o diretor de “A lista de Schindler” decidiu seguir seu próprio caminho e fazer seu “projeto do coração” sozinho.
Nascido na Itália em 1851, Edgardo Mortara tornou-se centro de uma polêmica internacional ao ser afastado de seus pais, judeus, pela igreja católica, sendo adotado pelo Papa Pio IX e criado em uma instituição de ensino cristã. Criado como judeu até os 6 anos, Edgardo foi tomado dos pais por autoridades eclesiásticas ao saber que ele havia sido batizado por uma empregada doméstica ao ficar gravemente doente. Na época, havia uma lei que proibia não-católicos de criar crianças católicas.
Ambos os filmes serão baseados em “O sequestro de Edgardo Mortara”, de David Kertzer, finalista do prêmio Pulitzer em 1997, mas focarão em momentos diferentes da vida de Mortara.
Na versão da Weinstein Company, produtora responsável pelos principais filmes de Quentin Tarantino, para ficar num só exemplo, um dos mais cotados para viver o Papa Pio IX é Robert De Niro. O longa deve ser dirigido por Baltasar Kormakur, de “Evereste”, com roteiro de Jeremy Brock (de “O último rei da Escócia”). A produção está prevista para começar em janeiro.
Já no filme de Spielberg, o mais cotado para viver o protagonista é Mark Rylance, vencedor do Oscar por “Ponte dos espiões”. A produção do longa, escrito por Tony Kushner (de “Lincoln”), deve começar também no primeiro semestre.
Reza a lenda, que a união entre os dois não foi para frente por causa de embates entre os dois no passado. Em 1999, “Shakespeare in love”, produzido por Weinstein, bateu “O resgate do soldado Ryan”, de Spielberg, no Oscar de melhor filme.
