Esportes

Sperafico faz balanço da eleição na CBA

O colégio eleitoral que decidiu a disputa na CBA foi formado por 18 federações estaduais e mais uma associação de pilotos

Uma das mais acirradas eleições para o quadro diretivo da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) ocorreu na sede da entidade, na última sexta-feira, no Rio de Janeiro. Com um placar de dez votos a sete, a chapa da situação, encabeçada pelo pernambucano Waldner “Dadai” Bernardo, conquistou o direito de ditar os rumos do esporte motorizado brasileiro pelos próximos quatro anos. Na prática, isso significa que a situação somará 12 de mandato até 2021, já que Dadai substitui o seu conterrâneo e padrinho de campanha Cleyton Pinteiro, que, após dois mandatos, entrega uma entidade envolta em denúncias de corrupção e poucos resultados práticos.

O colégio eleitoral que decidiu a disputa na CBA foi formado por 18 federações estaduais e mais uma associação de pilotos. Dos sete votos recebidos por Sperafico, quatro vieram de federações com autódromos funcionais e automobilismo forte, como Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Goiás, que, sozinhos, abrigam os 10 principais autódromos do Brasil. Rio de Janeiro – que perdeu seu circuito de Jacarepaguá para o Comitê Olímpico Brasileiro – e Pará estão sem autódromo. Este último, apesar de não contar com uma pista oficial, percebeu que as propostas inovadoras de Sperafico miravam exatamente as federações mais carentes, nas quais desenvolveria projetos ambiciosos. A Associação Brasileira de Pilotos de Automobilismo (ABPA), que representa os pilotos, também votou no candidato da Chapa Bandeira Verde.

Com a situação, votaram Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte e Alagoas. Os últimos três estados não poderiam votar, pois estão com a documentação fora das exigências do Estatuto da CBA, mas foram autorizados a participar mesmo assim e escolheram a chapa da situação. Foi impedida de votar, também em função de problemas documentais e fiscais, a Federação do Espírito Santo. A de Mato Grosso do Sul, por um problema de saúde emergencial de seu presidente, não teve seu voto colhido na assembleia por ausência. Curiosamente, ambas haviam declarado apoio à chapa de oposição.

Para Sperafico, esta eleição expôs um estatuto anacrônico e desalinhado do que o automobilismo pede nos dias de hoje. “Caso fosse eleito, certamente proporia uma modernização do estatuto, totalmente antiquado. Por isso vemos a proliferação das ligas. O esporte, hoje, é uma ferramenta poderosa de marketing, mas para entregar resultados é preciso se modernizar fora das pistas, dos tatames, das piscinas e das quadras. O automobilismo precisa de renovação”, disse o candidato da Chapa Bandeira Verde.