Cotidiano

Soltura irregular aumenta população de aves aquáticas no lago do Ecopark

Inicialmente, foram soltas no local, pelo Município, 12 aves, entre gansos comuns e sinaleiros, patos, marrecos, além de cisnes negros. Mas agora há 27 animais no local

Equipe acompanha soltura irregular e alerta para riscos aos animais
Equipe acompanha soltura irregular e alerta para riscos aos animais

Cascavel – Um dos atrativos do Ecopark Oeste, no Bairro Santa Cruz, zona oeste de Cascavel, são as aves aquáticas e as carpas coloridas no lago artificial. Contudo, nos últimos dias, outro fato tem chamado a atenção da equipe técnica responsável pelo bem-estar dos animais: o aumento significativo no número de aves que passaram a habitar no lago do Ecopark.

Inicialmente, foram soltas no local, pelo Município, 12 aves, entre gansos comuns e sinaleiros, patos, marrecos, além de cisnes negros. Mas agora há 27 animais no local.

Isso não significa que o Município adquiriu ou recebeu em doação novas aves, mas que a população tem soltado esses animais de forma aleatória  no parque, prática condenada pelo médico-veterinário do Zoológico de Cascavel, Rodrigo Neca Ribeiro. “Antes de colocarmos as aves aqui, fizemos um levantamento e uma avaliação da área para avaliar a capacidade de animais que o lago comportaria e a disponibilidade de recursos naturais para alimentação deles. Então, quando a população começa a soltar muitos animais aqui, gera superpopulação, estresse e competição entre as espécies para a questão de alimentação e espaço”.

Ele observa ainda que as aves que foram levadas ao lago pelo Município passaram por um período de quarentena no zoo, avaliação e check-up antes de serem soltas no parque. “Essas aves que estão sendo soltas aqui, não conhecemos a origem, se possuem enfermidade ou não e isso pode colocar em risco os animais que já estavam aqui. Por isso, a gente pede para a população se conscientizar e não soltar os animais. Caso tenha animal exótico em casa e deseja se desfazer dele, o caminho certo é entrar em contato com o IAT [Instituto Água e Terra], que destinará o animal para algum espaço adequado e seguro”.

Alimentação

As aves aquáticas existentes no lago do Ecopark Oeste são alimentadas todos os dias por uma equipe de servidores do zoológico, com ração balanceada e milho. Além disso, há os recursos naturais existentes no local. “A população pode ficar tranquila porque os animais são alimentados com rações especiais para as aves. Eles têm qualidade de vida e espaço, com uma dieta balanceada garantida pelo Município. Além disso, para as aves, foram disponibilizados abrigos para se protegerem do sol e da chuva. Embora passem a maior parte do tempo na água, que é uma característica desses animais, nós disponibilizamos o abrigo para todos eles”.

Respeito

O veterinário alerta para os cuidados recomendados para que as espécies sejam preservadas. “Esse é um espaço muito bonito, de lazer para a população e todos precisamos cuidar. Se persistir essa soltura irregular de animais aqui, no lago, precisaremos tomar medidas drásticas como retirar alguns animais daqui e destiná-los para outros espaços, porque realmente vai exceder a população. É preciso ter consciência e respeito”.

José Luis Ferreira, coordenador do Território Verde, explica que, ao serem identificadas as pessoas que estão fazendo a soltura de patos, marrecos e gansos no Lago, providências precisam ser tomadas. “Providências cabíveis, como o enquadramento no crime ambiental de abandono de animais e exposição das demais aves à possibilidade de ficarem doentes ou serem mal tratadas. Nós estamos tratando as aves soltas de forma irregular e cuidando delas, com atendimento médico veterinário no Zoo. Quero reforçar o pedido: não soltem aves aquáticas no lago do Ecopark Oeste e não alimentem os animais. Eles estão sendo bem cuidados pelo Município. Esse é um patrimônio de todos nós e todos devemos cuidar desse espaço”.