Cotidiano

Soja, milho e trigo: Preços de principais culturas despencam

Os produtores rurais do Oeste viram os preços das principais culturas cultivadas na região caírem substancialmente entre os meses de janeiro, fevereiro, março e abril deste ano em comparação ao mesmo período de 2016.

Com base na cotação da Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento), feita pelo Deral (Departamento de Economia Rural), a queda mais drástica na agricultura ocorreu no preço da saca de 60 quilos do milho. Enquanto no ano passado o produtor recebia um valor médio de R$ 33,36 a saca, no último quadrimestre o milho passou a render 27,6% a menos, chegando a R$ 24,15.

Os índices são reflexo da última colheita de inverno, que rendeu ao Oeste mais de 4,5 milhões de toneladas, segundo o Deral. Embora a produção do milho safrinha em 2015/16 tenha caído 5% em relação à 2014/15, não foi possível evitar que no período de maior volume de comercialização do grão, houvesse a desvalorização do produto por conta da grande oferta.

Para este ano, a expectativa do Deral é colher 14% a mais do que no ano passado, saindo das atuais 4,5 milhões de toneladas para 5.146.747 toneladas, com produtividade média de 6.230 quilos por hectare. Caso esse cenário se confirme, mais uma vez em xeque, o valor pago ao produtor pode não ser tão expressivo.

Trigo e soja

A cultura do trigo, que tem perdido cada vez mais espaço na região por conta dos altos custos de produção, também registrou queda no valor médio do produto. Conforme o Deral, houve redução de 18,8% no preço da saca de 60 quilos do trigo neste quadrimestre. O grão, que é recebido pelo produtor a R$ 31,97, era comercializado no mesmo período do ano passado a quase R$ 40 a saca.

O agricultor Valter Dalgalo, de Cascavel, ainda investe na produção de trigo, porém, é a que ocupa menos espaço em sua lavoura. “Estou plantando 94 alqueires de trigo, mas o preço não está agradando. O que falta é mais incentivo do governo, principalmente na aplicação do valor mínimo do produto, que infelizmente não é cumprido no Brasil. Isso prejudica o produtor, pois temos custos muito elevados e um retorno cada vez mais baixo”, lamenta.

A soja, uma das potências do agronegócio regional, rendeu na safra de verão quase quatro milhões de toneladas somente no Oeste. Em todo o Paraná, a produção foi de 19.388.645 toneladas, superando em 17% os resultados da colheita anterior.

Os resultados recordes, no entanto, não evitaram que o preço da saca de 60 quilos despencasse. Segundo o Deral, no primeiro quadrimestre deste ano o produtor recebia R$ 61,31 pela saca. O mês de melhor rendimento foi janeiro, que registrou um valor médio de R$ 65,45. Já em abril, o pior desempenho no quesito preço, os produtores faturaram R$ 55,99 na saca da oleaginosa, uma diferença de 14% em apenas quatro meses. Em relação ao mesmo período de 2016, a queda foi de 9%.

Preço médio da saca de 60 kg – jan/abril

2016 2017

Milho R$ 33,36 R$ 24,15 -27,6%

Soja R$ 67,32 R$ 61,31 -8,9%

Trigo R$ 39,42 R$ 31,97 -18,8%

 

Fonte: Seab/PR