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Sócio da LaMia quebra o silêncio e fala sobre acidente com o voo da Chapecoense

63002822_Rescue workers search at the wreckage site of a chartered airplane that crashed outside.jpgQuase uma semana após o acidente envolvendo o voo da Chapecoense, o boliviano Marco Antonio Rocha Venegas, segundo dono da empresa aérea LaMia resolveu finalmente falar sobre a tragédia, em entrevista ao programa “Liberman en Líne”, do “Canal 26” na Argentina. O acionista da empresa ao lado do piloto Miguel Alejandro Quiroga Murakami, que morreu na queda do avião, defendeu-se das acusações que vem sofrendo.

O proprietário da empresa, que foi suspensa pela Agência Aeronáutica da Bolívia, também é piloto, assim como Quiroga. Por enquanto, preferiu não dar sua versão dos fatos:

– Não podemos ainda emitir um informe oficial. Neste momento há que atender a parte humanitária, ver como podemos apoiar a todas essas famílias. Lamentamos muito o que aconteceu. Mas o que queremos é isso: determinar o que foi que aconteceu. Todo o mundo está tomando conclusões precipitadas. Um diz uma coisa, o outro diz outra, e no final tudo fica como se fosse uma verdade, mas creio que é preciso esperar um pouco e ver o que aponta a investigação – declarou.

Segundo Rocha, a empresa praticava preços mais baixos como forma de “marketing” para entrar no mercado. E negou que a LaMia mantinha relações com a Conmebol.

– Dávamos um preço razoável, inclusive promocionais. A companhia tem um ano de vida. O que estávamos fazendo era marketing. E nunca mantivemos contato com a Conmebol. Na verdade nem conhecemos as pessoas da Conmebol. O que fazíamos era oferecer nossos serviços aos clubes e mandávamos para eles nossa oferta – garantiu.

Rocha negou que a LaMia viajava sempre com limite de combustível.

– Sempre velamos pela segurança. Neste momento temos uma grande dor, um grande peso em cima, e isso não tem preço. A dor que sentimos merece o pior castigo. Perdemos pessoas queridas, gente que não vamos poder recuperar. É uma dor muito grande – lamentou.

Perguntado se o acidente significa o fim da LaMia, o piloto preferiu não confirmar:

– Isso é muito apressado, haverá que analisar bem e ver o que se pode fazer – finalizou.

O proprietário da empresa também foi questionado se o avião tinha mesmo condições de voar direto de Santa Cruz de la Sierra a Medellín.

– Antes de realizar um voo se faz uma análise das condições meteorológicas, dos ventos e afins. Depois disso se determina se o avião pode chegar com combustível suficiente, mais a possibilidade de ir a um (aeroporto) alternativo, mais 20 minutos, e dependendo das condições é que se determina isso. Não é uma regra que siga A ou B. Se faz uma análise do voo antes de decolar. Quiroga era um piloto com bastante experiência – defendeu Rocha.