Cotidiano

Sob pressão de servidores, Alep adia votação de reajuste

Curitiba – O presidente da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), anunciou ontem a retirada de pauta dos projetos que preveem reajuste salarial de 2,76% para os servidores da Casa, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas do Estado, do Ministério Público e da Defensoria Pública.

“Estou retirando da pauta as mensagens que tratam de reposições salariais”, anunciou Traiano no início da sessão. “No início da semana eu havia assumido o compromisso de que não colocaria na pauta antes de segunda-feira. No fim de semana foi feito um apelo do líder do Governo e outros deputados de que não fosse colocado na pauta, aguardando as negociações com o governo”, disse. “Só vamos pautar na segunda-feira da semana que vem. Acho que é tempo suficiente para qualquer negociação”, completou.

A votação dessas propostas estava prevista para a sessão de ontem, mas os servidores do Executivo – que estão com os salários congelados desde 2016 – cobram do governo o direito ao reajuste também para a categoria. Na manhã de ontem, a governadora Cida Borghetti disse que iria barrar a tentativa de reajuste salarial a outras categorias até que o Estado tenha condições de conceder aumento para os servidores do Executivo.

Em protesto, servidores do Executivo iniciaram ontem vigília no Centro Cívico. Eles armaram tendas e esperam isonomia entre os poderes.

Estudo

Os salários foram congelados ainda ano passado pelo ex-governador Beto Richa. Quando assumiu o governo, em abril, Cida Borghetti disse que estudaria uma forma de conceder o reajuste e retirar o congelamento. Contudo, a queda de 7% na arrecadação deste ano pode pôr os planos de Cida por água abaixo.

Ontem, a governadora solicitou novamente um estudo para que num prazo de uma semana possa apresentar uma resposta definitiva.

A reposição da inflação aos salários do governo do Estado representa impacto de R$ 350 milhões neste ano.