Cotidiano

Só depende do governador

Uma das lutas dos chamados praças (soldados e cabos) da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros é a implantação de um plano de carreira. A reivindicação consiste em fazer com que os profissionais que entram nas corporações por meio de concurso público, possam ‘crescer’ sem precisar fazer um novo certame, assim como ocorre no caso de aspirantes e cadetes, por exemplo.

Dessa forma, o militar que fosse aprovado no primeiro processo seletivo, inicialmente como soldado, conseguiria galgar novos passos sem que houvesse um gasto a mais por parte do Governo e ainda, sem que precisasse passar por um novo crivo.

A ideia foi discutida ontem em Cascavel, assim como já ocorreu em outras cidades do Estado, na sede do 4º Grupamento de Bombeiros.

Tramitação

De acordo com o representante do movimento Praças Unidos, o cabo Sebastião Carlos de Souza, a reivindicação já tramita há mais de dois anos no Poder Legislativo do Paraná. “Estamos dialogando, mas por enquanto temos apenas a aprovação por parte do comandante geral da PM, coronel Mauricio Tortato, e do secretário de segurança Wagner Mesquita”.

Conforme cabo Carlos, a aprovação depende de que o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, encaminhe a proposta para votação na Assembleia Legislativa. “Se o governador quiser, em uma semana esse plano é aprovado”.

Funcionamento

Segundo o cabo Carlos, o Paraná é um dos únicos estados do País que não tem plano de carreira. “Essa é nossa grande demanda e a grande luta de valorização profissional. Se aprovado o Estado economiza e a população sai ganhando. Hoje cerca de mil praças se aposentam por ano no auge de sua capacidade intelectual e profissional, com 25 anos de serviço”.

Ele cita que, se tivesse um plano de carreira, o praça não se aposentaria e trabalharia por mais 10 anos. “Se nos últimos cinco anos se aposentaram cinco mil praças, o Estado precisa contratar o mesmo tanto para repor. Isso significa que são pagos 10 mil, mas só cinco mil atendem diretamente a população”.

O crescimento, conforme cabo Carlos, seria por mérito e antiguidade. “Não queremos aumento de salário nem de vagas, apenas mudar o sistema que vai valorizar a profissão. A carreira dos oficiais já é assim. Eles fazem cursos técnicos, capacitando-os à função, e com isso são promovidos”.