Cotidiano

Só atitude para derrotar a falta de acessibilidade

Há várias barreiras que dificultam a vida das pessoas com deficiência, mas a maior é a falta de atitude

Foz – Há várias barreiras que dificultam a vida das pessoas com deficiência, mas a maior é a falta de atitude. É o que pensa o presidente da Comissão de Acessibilidade do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santos, o advogado João Estevão Silveira Filho, que ministrou o treinamento Cidade mais Acessível na Itaipu.

“O problema maior é atitudinal. As pessoas desconhecem as necessidades em relação à acessibilidade e não enxergam o problema”, explica. Durante o curso, Silveira Filho mostrou como reconhecer a falta de acessibilidade em diferentes locais e o que fazer para resolver este problema.

De acordo com o especialista, outro problema relacionado à acessibilidade é a aceitação de quem tem a deficiência. Silveira Filho fala com conhecimento de causa. Aos sete anos, a professora da escola reparou que ele tropeçava demais e, quando foi ao médico, foi descoberto que ele tinha Retinose Pigmentada Degenerativa, ou seja, a visão do menino se resumia a vultos e formas irregulares. Ele próprio passou por um longo período de aceitação. Em seu trabalho como advogado, pegava os documentos na mão e fingia ler, para não acusar sua deficiência para o cliente.

Lei da inclusão

Em janeiro entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, aprovada em 2015, após 15 anos de tramitação no Congresso. A Lei traz uma série de obrigações a empresas e órgãos públicos, como a presença de profissionais especializados e materiais mais acessíveis em escolas particulares, a reserva de moradias acessíveis nos planos de habitação, a inclusão de preconceito contra pessoas com deficiência no Código Penal, entre outras.