Cotidiano

Site do GLOBO: inovação e interatividade desde o início

063B_GloboOn_1996_-2-.jpgRIO – Há 20 anos, no dia 29 de julho de 1996, numa época em que internet ainda se escrevia com letra maiúscula e para acessá-la era preciso passar angustiantes segundos ouvindo o irritante barulho de um modem de 14 kbps, torcendo para conseguir uma conexão, nascia o site do jornal O GLOBO, então batizado de Globo On. Mais tarde seria conhecido como Globo Online, até virar o site do GLOBO.

A primeira página trazia apenas a reprodução de matérias publicadas no jornal impresso e nenhuma fotografia, já que a velocidade de conexão na época dificultava baixar fotos com um mínimo de qualidade. Bem diferente da complexidade do site hoje, onde são exibidas dezenas de fotos e até vídeos, que rodam direto na primeira página, algo que parecia coisa de filme de ficção científica na estreia.

Desde o início, porém, o site já apostava na interatividade com os leitores. A reportagem de apresentação da página, publicada na edição impressa do dia 23 de julho de 1996, dizia que o site estreava “com alguns privilégios que os jornais em papel não podem oferecer: interatividade, resposta imediata às indagações do leitor, participação direta do público em entrevistas e discussões sobre temas jornalísticos”.

Público esse bem mais modesto do que os números revelam atualmente. A expectativa era que, até o fim de 1996, mais de um milhão de brasileiros estivessem conectados à “rede de computadores inventada na década de 60, estimulada pelos temores americanos durante a Guerra Fria, mas que se transformou na mais ampla, acessível e democrática rede de informações do planeta”, aposto que a internet recebia nas matérias em que era citada, para explicar o que era essa novidade. Hoje, o número de brasileiros com acesso à internet ? quase 87 milhões de pessoas ? supera o número de internautas que existia no mundo inteiro em 1996, que era de aproximadamente 50 milhões de pessoas.

Plataformas digitais

Nestes 19 anos, durante os quais o site noticiou a morte da princesa Diana, as duas Copas que o Brasil ganhou ? assim como a humilhação imposta pela Alemanha em casa ?, os atentados de 11 de setembro, cinco eleições presidenciais no país e muito mais, a página do GLOBO na internet, assim como o mundo, passou por transformações profundas. O site (ou sítio, como alguns chegaram a defender que se chamassem os endereços na internet aqui no Brasil) cresceu, apareceu e se expandiu para outras plataformas digitais.

Em 2006, foi lançada a edição digital do jornal, que permite aos leitores ler no computador, e hoje em dia, também no tablet ou no celular, a reprodução das páginas da edição impressa do GLOBO, acrescidas de links para fotogalerias ou vídeos.

Em 2007, apareceu a versão do site para celular, facilitando a leitura nos smartphones, que começavam a se popularizar e hoje já superam o número de computadores no país: 154 milhões contra 152 milhões, segundo o 26º Relatório Anual de Tecnologia da Informação, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Também em 2007, aproveitando a realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio, o site estimulou um amplo debate, não só sobre a competição, mas também sobre seus aspectos urbanos, sociais e econômicos. A discussão aconteceu no ambiente Globoonliners, que reunia fóruns e blogs, além de outras ferramentas de troca de informações e interatividade, antecipando o boom das redes sociais.

O Eu-Repórter criou um novo ponto de contato entre leitores e a Redação do GLOBO. O aplicativo ? que permite enviar denúncias e sugestões de pautas, com fotos ou vídeos, direto do celular ? foi lançado em 2009, anos antes do surgimento do WhatsApp, que hoje também é utilizado para fazer essa ponte com os usuários.

No mesmo ano, estreava o site Rio Show, com o melhor da programação cultural ? cinema, música, passeios, teatro e dança ? e gastronômica da cidade, incluindo críticas, endereços e fotogalerias

Em 2012, foi lançada a revista digital para tablets GLOBO a Mais, que ganhou um prêmio Esso de melhor contribuição à imprensa. Outras novidades se seguiram, entre elas o lançamento do site do ELA e do site da Patricia Kogut, que se tornou um dos campeões de audiência da internet brasileira.

Acervo o globo, viagem pela história

Em 2013, a maior novidade estava no passado. Lançado no dia 18 de agosto de 2013, o site do Acervo O GLOBO leva o leitor a uma viagem pelo tempo, ao permitir ao internauta navegar pelas edições do jornal desde seu lançamento, em 29 de julho de 1925. É possível ainda consultar tanto as páginas quanto as matérias ou artigos, que foram digitalizados um a um. No total, são mais de 11 milhões de documentos, entre páginas e artigos. O sucesso do Acervo pode ser medido também na contribuição que deu para que o site do GLOBO fechasse o ano de 2013 com um importante recorde na sua audiência: pela primeira vez, foi ultrapassada a marca de um bilhão de páginas vistas durante o período de um ano.

As mudanças no site ao longo de 19 anos não se deram apenas na aparência ou na tecnologia. O modo de produção do conteúdo também passou por transformações radicais desde a inauguração da página em 2006, quando a equipe, formada por 12 jornalistas, praticamente se limitava a reproduzir o conteúdo publicado no jornal impresso. Uma das mais profundas mudanças aconteceu em novembro de 2009, quando as Redações do jornal e do site, que já trabalhavam de forma integrada virtualmente, passaram a ser uma Redação única também fisicamente.

A estreia do novo design do site, ano passado, marcou o início de mais uma mudança no trabalho da Redação, já que o novo layout foi resultado de estudos para melhorar a produção de conteúdo a fim de oferecer informação de qualidade em todo o país, durante todo o dia, em todas as plataformas.

O processo de mudança começou a ser implementado na Redação em março de 2014 e, desde então, os editores iniciam o trabalho às 7h, coordenando a produção das equipes de acordo com as características de cada um dos canais de publicação: site, celular, tablet e impresso. As notícias, publicadas nos meios digitais, são complementadas ao longo do dia, num processo chamado de edição contínua.