Cotidiano

Sindicatos venezuelanos acusam Maduro de perseguição à OIT

CARACAS ? Sindicatos venezuelano acusaram o presidente Nicolás Maduro de perseguição à Organização Internacional do Trabalho (OIT). A denúncia em um comunicado enviado ao organismo descreve a iniciativa do mandatário de despedir os funcionários que tenham assinado um abaixo-assinado da oposição para convocar um referendo revogatório que poderia encurtar o mandato do presidente. Dentre os demitidos, estariam trabalhadores que sofrem de problemas de saúde e próximos da aposentadoria.

O documento acompanha uma carta dirigida ao diretor da OIT, Guy Rayder. No texto, diferentes organizações denunciam as declarações do governo que violam os princípios de liberdade sindical e de não discriminação no trabalho.

?As declarações governamentais, e especialmente as presidenciais, foram pronunciadas e difundidas por todos os meios possíveis com o objetivo de instalar um sentimento profundo de temor nos que ainda não foram demitidos, para que não protestem de maneira nenhum nem apoiem o referendo?, diz o documento.

As centrais sindicais também mencionam a demissão de centenas de funcionários que assinaram em favor do referendo. Os papeis encaminhados à OIT contêm uma série de depoimentos de pessoas afetadas pela decisão.

Além disso, a denúncia diz que o governo já havia reagido virulentamente após a sua derrota nas eleições parlamentárias ? que deram a maioria dos assentos da Assembleia Nacional à oposição. Segundo os sindicatos, os empregados suspeitos de terem votado contra o chavismo teriam recebido ameaças de demissão. Muitos acabaram efetivamente despedidos, perseguidos ou ameaçados, segundo o documento.