Economia

Sindicatos ligados à Feeb-PR divulgam carta aberta em protesto contra demissões no BB

Leia a carta na íntegra:

Sindicatos ligados à Feeb-PR divulgam carta aberta em protesto contra demissões no BB

As medidas de reestruturação anunciadas pela direção do Banco do Brasil, com previsão do fechamento de 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimentos no primeiro semestre de 2021, levaram um grupo de sindicalistas a realizarem um protesto na manhã desta sexta-feira em Cascavel. Além disso, o BB lançou o PDV (Plano de Desligamento Voluntário), que tem como meta a dispensa de 5.000 trabalhadores da instituição.
“O que está por trás dessas medidas é o desmonte do Banco do Brasil, um banco público que tem um papel histórico no desenvolvimento econômico do País”, diz trecho da carta aberta distribuída pelo Sindicato dos Bancários de Cascavel e Região durante manifestação em frente à agência Centro do Banco do Brasil.

“O que está por trás dessas medidas é o desmonte do Banco do Brasil, um banco público que tem um papel histórico no desenvolvimento econômico do país.
O ano de 2021 começou com o anúncio da direção do Banco do Brasil de um plano de reestruturação que prevê o fechamento de agencias e outras unidades, além de um Plano de Demissões Voluntários (PDV) que tem por meta dispensar 5 mil trabalhadores do banco, entre outras medidas que prejudicam os funcionários e o atendimento ao público.
A direção do Banco do Brasil quer fazer mudanças em 870 pontos de atendimento por meio do fechamento de agências, postos de atendimento e escritórios. Serão centenas de agências fechadas, muitas delas em cidades do interior do país que não dispõem de outras instituições bancárias. Outro ponto do plano é a meta de dispensar 5 mil funcionários, agravando ainda mais o atendimento à população.
Lembramos que essas medidas são anunciadas em meio a uma pandemia que cresce a cada dia, na qual o desemprego é uma crueldade que atingirá milhares de bancários e outros trabalhadores que prestam serviços nas agências e outras unidades do banco.
O que está por trás dessas medidas é o desmonte do Banco do Brasil, um banco público que tem um papel histórico no desenvolvimento econômico do país. O Banco do Brasil e seus funcionários atuaram na linha de frente no atendimento à população durante a pandemia, com todas as dificuldades que a falta de estrutura da instituição trouxe para nosso trabalho. A população será prejudicada de diversas formas com essa reestruturação. Uma delas é a redução dos caixas executivos, que vai afetar diretamente o serviço de atendimento ao público.
O Banco do Brasil é um banco público ameaçado por um governo que leva o país a uma situação desesperadora. É parte dos serviços públicos que prestam serviços essenciais à população, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e o ensino público e gratuito do nível básico ao superior. É o serviço público que atende à população mais carente e que está ameaçado pelo atual governo.
Os funcionários do Banco do Brasil não vão aceitar essa arbitrariedade da direção do banco. Estão dispostos a iniciar um calendário de lutas que não descarta a greve como ferramenta para barrar esse ataque ao BB. Convocamos a população a protestar contra essa reestruturação do Banco do Brasil, que aumenta o desemprego e piora o atendimento, uma reestruturação que faz parte de um plano maior de desmonte geral do serviço público no Brasil.

Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito – Contec

Federação dos Bancários do Paraná e seus sindicatos Filiados – Feeb-PR”

 

Estudos do Dieese
Foi entregue esta semana a parlamentares das Frentes Parlamentares Mista em Defesa dos Bancos Públicos e Soberania um estudo sobre a proposta de reestruturação do Banco do Brasil feito pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese). O estudo, de 24 páginas, mostra, entre outros aspectos, resultados financeiros do banco, composição das despesas com pessoal, saldo de empregos, tendência de queda dos postos de trabalho no setor bancário, número de agências, postos de atendimento e clientes do Banco do Brasil e a rede de atendimento do banco.
O economista Gustavo Cavarzan, do Dieese, acompanhou a elaboração do estudo e destaca o processo de desmonte do banco realizado nos últimos anos. “É possível observar que no Banco do Brasil há 20 mil empregos a menos desde 2013 e 17 mil a menos desde janeiro de 2016. Além disso, desde 2016, o banco fechou 1.072 agências bancárias e apresentou uma redução real de sua carteira de crédito da ordem de 29%. Esse cenário aponta para o esvaziamento do BB e mais amplamente do papel dos bancos públicos na economia brasileira que cumprem função essencial”, ressaltou o economista do Dieese.

Foto: Divulgação