Política

Sindicatos do Paraná não vão aderir à greve dos caminhoneiros

Os principais sindicatos que representam os caminhoneiros no Paraná descartam a possibilidade de apoio e adesão à greve convocada para 1º de fevereiro no País

Greve dos caminhoneiros em maio de 2018 - (Thomaz Silva/Agência Brasil)
Greve dos caminhoneiros em maio de 2018 - (Thomaz Silva/Agência Brasil)

Cascavel – Os principais sindicatos que representam os caminhoneiros no Paraná descartam a possibilidade de apoio e adesão à greve convocada para 1º de fevereiro no País. O presidente do Sindicam (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Região Oeste do Paraná), Jeová Pereira, afirma que a categoria tem diversas reivindicações, mas que o momento não é para paralisação. “Existe uma divisão. Tem muita gente querendo aparecer e criando esses movimentos, mas, se houver algo, quem tem interesse tem que assumir a responsabilidade. O sindicato não vai realizar nem apoiar movimento nesse sentido. Não é momento, em plena pandemia, fazer uma movimentação dessas. Quem será responsável por tudo isso? A necessidade existe, nós temos diversas reivindicações, mas a CNTA [Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos] não aderiu a esse movimento e vamos tentar dialogar com o governo”, explica Jeová.

Segundo ele, as reivindicações serão reunidas em um manifesto, que está sendo elaborado, e que será levado pela CNTA até o governo.

Jeová ressalta que, dentre as reivindicações da categoria, estão a fiscalização do governo sobre os direitos já adquiridos e que não estão sendo cumpridos. “A ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] é um órgão forte, mas não atende os requisitos de fiscalizar. Se houvesse a fiscalização do vale-pedágio, uma tabela justa, as coisas seriam diferentes. O serviço não pode ser pago com base na oferta e na procura. Ônibus não funciona assim, correio não é assim. Nesses casos, você tem um valor fixo definido, então por que o caminhoneiro precisa trabalhar de graça? As grandes empresas ficam cada vez mais ricas e o trabalhadores cada vez mais pobres. O governo precisa ver onde está a origem dessa discrepância. Também precisamos da fiscalização do vale-pedágio. As transportadoras negociam frete com pedágio incluso. Precisamos que alguém olhe para isso”.

O manifesto aguarda ainda medidas que estão sendo analisadas pelo governo, como a redução da taxa de importação dos pneus, para que seja concluído e tenha início a discussão com a União.

 

Transportadoras

Já o Sintropar (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Oeste do Paraná) emitiu nota informa que “a pretensa paralisação é oriunda de pequeno grupo de caminhoneiros autônomos, que sequer representa a maioria desta categoria”, e reforçou que não apoia o movimento “porque o momento é absolutamente inadequado, quer porque isso coincide com a chegada da vacina de combate à covid-19 e a retomada gradual dos contágios, quer porque isso colide com as normas de segurança que importam em manter o distanciamento social e as medidas de higiene para reduzir o contágio”.

Já o Sindifoz (Sindicato dos Transportadores Rodoviários de Foz do Iguaçu e Região) ressaltou também o momento delicado enfrentado pelo País: “O momento vivenciado pelos brasileiros, com o enfrentamento à pandemia de covid-19, exige um comprometimento da população com relação à manutenção dos protocolos de saúde e segurança, devendo-se evitar ações que gerem aglomeração de pessoas” e acrescenta que “o setor de transporte detém condição de serviço essencial à manutenção do abastecimento das cidades, além do importante papel logístico na distribuição de insumos médicos e da esperada vacina contra o vírus. Qualquer movimento no sentido de paralisação vai na contramão do bom senso necessário”.