Cotidiano

Sindicato diz que cobradores fazem ?segurança?; concessionárias negam

Segundo empresas, informação é de que não há o menor fundamento na denúncia

Cascavel – O vereador Paulo Porto (PCdoB) usou a tribuna da Câmara Municipal de Cascavel na segunda-feira (25) para apresentar denúncia do Sinttracovel (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Cascavel) referente ao desrespeito das empresas que exploram os serviços de transporte público no município junto a seus trabalhadores.

Segundo informações do sindicato, os cobradores de ônibus estariam sendo obrigados a fazer a “segurança” de terminais de transbordo.

“Há algumas semanas os cobradores estão atuando de maneira irregular e irresponsável como ‘vigias’ e ‘seguranças’ de terminais. Irregular porque não há nenhuma capacitação para o desempenho dessa função e irresponsável porque coloca em risco a segurança dos usuários e dos próprios cobradores”.

Para Porto, esse desvio de função é mais um reflexo da implantação do sistema de bilhetagem eletrônica em Cascavel. “Quando foi votada a lei havia o compromisso de que os cobradores fariam novos cursos e iriam ser reaproveitados em outras funções internas e burocráticas, porém isso não vem ocorrendo”, comentou o vereador.

Outro lado

Em contato com a assessoria das concessionárias do transporte coletivo, Pioneira e Capital do Oeste, a informação é de que não há o menor fundamento na denúncia.

“Alguns funcionários que antes eram cobradores aceitaram o convite das empresas e estão fiscalizando e zelando pela manutenção da qualidade de serviço a fim de averiguar se o trabalho está sendo bem prestado e anotar eventuais falhas e para passá-las à empresa. Sempre houve esse serviço. As empresas disponibilizaram cursos de requalificação profissional para os antigos cobradores. A lei não permite que eles sejam demitidos. Já outros funcionários saíram da empresa”.

Redução da tarifa

Em meio às discussões sobre a aprovação da lei da bilhetagem eletrônica, o Município havia dito que haveria possibilidade de reduzir o preço da tarifa do transporte coletivo caso fosse aprovada a lei, dos atuais R$ 2,90 para R$ 2,50, caso não houvesse mais cobradores. A data para o início da aceitação somente do cartão já foi estipulada: 30 de novembro.

A partir desse dia, não haverá mais cobradores no transporte coletivo. No entanto, segundo a informação da assessoria das concessionárias, no momento, não há como levantar a possibilidade futura de redução da tarifa, já que os funcionários estão sendo absorvidos em outros cargos e o custo à empresa continua.

(Com informações de Marcelo Machado)