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Simeone elogia Casemiro e diz que Atlético não vai mudar estilo de jogo

O Atlético de Madrid entrará em campo na final da Liga dos Campeões neste sábado, às 15h45m, em Milão, como franco-atirador. Assim como nos duelos contra o Barcelona e o Bayern de Munique, o time de Diego Simeone não é o favorito a conquistar o título diante do Real Madrid. Mas o treinador avalia que a pressão não será menor porque o clube estará mais uma vez diante de uma equipe mais poderosa e talentosa. Afinal, diz o técnico, o Atlético sofrerá a pressão de 113 anos de história.

A decisão de San Siro, um estádio que Simeone conhece bem, pois lá jogou quando defendia a Inter de Milão entre 1997 e 1999, será a terceira da história do Atlético. Vice-campeão em 1974, o time voltou a final há dois anos, quando esteve muito perto de conquistar o troféu contra o Real Madrid. Mas um gol de Sérgio Ramos aos 48 minutos do segundo tempo levou a partida para a prorrogação, onde o Real fez mais três gols e conquistou o décimo título europeu com a goleada de 4 a 1. Agora, cinco jogadores do Atlético terão a chance de se vingar daquela derrota.

– Jogar uma final é fantástico e ganhar é algo supremo. Chegar te permite se preparar para conviver com estes momentos. O melhor do grupo é insistir, voltar a se levantar sem mudar a estrutura e o compromisso. Quando você repete, repete e repete… você pode (chegar lá) – disse o treinador.

Na última entrevista coletiva antes da decisão, Simeone reservou muitos elogios ao volante brasileiro Casemiro, que considera ser um dos principais jogadores do Real Madrid.

– A presença de Casemiro permite que eles se agrupem melhor quando perdem a bola, mantendo sua fortaleza ofensiva. Vamos ver quem ganhará primeiro o meio-campo. Nós pressionados e saindo e eles, acredito que terão uma postura similar, ainda que no início, por sua maior qualidade técnica, devem propor mais o jogo – previu.

SEM MUDAR O ESTILO

Simeone mudou o Atlético de Madrid desde que chegou ao clube em 2011. Um dos grandes ídolos do time que conquistou o doblete (Copa do Rei e Campeonato Espanhol) em 1996, ele voltou como treinador para fazer do Atlético novamente campeão espanhol, da Copa do Rei e da Liga Europa. Só falta a Liga dos Campeões.

Em sua segunda final em três anos e exaltado como um dos grandes treinadores do momento, o técnico argentino exaltou a continuidade do trabalho no Atlético, que permite ao time continuar disputando títulos mesmo quando troca boa parte dos jogadores.

– O clube, os jogadores, a base que vêm nos acompanhando há quatro anos e meio consegue se reinventar continuamente. Há dez jogadores diferentes daqueles que estavam na outra final. E isso é o mais valioso que temos no clube. Trabalhamos com o objetivo de seguir crescendo e melhorando. Como em tudo na vida, quando você insiste, a situação aparece.

Por isso, Simeone acredita que o Atlético consegue desafiar clubes que ele mesmo reconhece serem melhores do que o seu time, como Bayern, Barcelona e Real Madrid, rival para quem não perdeu nesta temporada no Campeonato Espanhol.

– Há muito poucas equipes melhores que o Atlético. Talvez Bayern, Barcelona e Real Madrid, mas muito pouco a mais. Há estabilidade, equilíbrio e competência interna, mas a única maneira de sustentar isso é ganhando – disse.

Na grande decisão, o Atlético não mudará o seu estilo de jogo. A fortaleza defensiva de Simeone tentará sustentar a pressão do Real e jogar por uma ou duas bolas que lhe garantam a vitória. Foi assim que o Atlético foi superando os rivais mais fortes na Liga dos Campeões e no Campeonato Espanhol, onde brigou pelo título até as últimas rodadas.

– Nós temos variado muito mais com relação aos jogadores do que na forma de jogar. É como eu disse, a presença de Casemiro faz eles mais perigosos no contra-ataque. Contra o City, eles jogaram assim. Interpretaram muito bem. Possivelmente vão apresentar situações distintas, mas está claro que o Real Madrid com espaço é muito perigoso.