Cotidiano

Símbolo da disputa EUA-Cuba, Elián González trata Fidel como pai e amigo

62934776_Cuba%27s President Fidel Castro L talks to Elian Gonzalez during a political rally in celebra.jpgHAVANA – Um dos maiores trunfos políticos de Fidel Castro nas disputas com os EUA, o jovem Elián González manteve uma relação próxima com o ex-líder cubano após o imbróglio no qual foi centro de uma disputa entre parentes cubanos e americanos enquanto único sobrevivente da tentativa de sua mãe de entrar nos EUA, em 1999, com só 5 anos. Trazido de volta à ilha por esforços do pai e de Fidel após uma dura briga com as autoridades americanas, ele lembrou do “comandante” como um grande amigo e um segundo pai. CUBA

? Fidel começou a ser aquele pai como todos os que começam como pais, mas o difícil é que um pai se torne um amigo sem deixar de ser pai ? disse Elián à rede ABC na noite de sábado. ? Ele começou como aquele pai até se tornar um amigo e, como para meu pai, eu queria mostrar a ele tudo o que consegui para que ele pudesse se orgulhar de mim.

Elián, que voltou ainda na infância de Miami, conviveu com Fidel desde seu retorno e se tornou militante da juventude do Partido Comunista.

? Num ato público, ele me considerou seu amigo. Foi uma honra extraordinário, mas um grande peso também. Ano depois percebi que eu tinha um compromisso para com Fidel por causa disso. Mas ele era amigo de todo mundo. Da minha família, do meu pai nos momentos mais difíceis, e foi quem me fez poder voltar para meu pai e para Cuba ? disse ele, lembrando ainda dos anos finais da adolescência: ? Eu estava prestes a terminar o ensino médio e estava ansioso porque não sabia o que estudaria. Fui almoçar com ele, tentando deixá-lo orgulhoso, e ele me disse para estudar algo que fizesse bem para o povo. Todas as vezes que pedi sua ajuda, ele não respondia. Não me guiou naquele momento, e assim aprendi que ele sempre estaria ali.

Elián sobreviveu no mar e virou alvo de uma disputa política após sua mãe, o namorado e outros nove morrerem ao tentar entrar nos EUA. Foi resgatado em um cano e, quando na Flórida, foi adotado pelos tios. Uma batalha judicial teve início entre o pai de Elián, que pediu que o filho fosse devolvido a ele em Cuba, e parentes em Miami, que insistiam em ficar com o garoto. O governo cubano organizou passeatas pelo direito de o pai reaver o filho. O caso culminou com uma dramática incursão em uma casa onde os agentes federais americanos resgataram Elián sob a mira de um fuzil ? e ele foi embarcado de volta para o país em junho de 2000.

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Elián ficou fora de vista durante os anos seguintes, com sua privacidade guardada por seu pai e por agentes cubanos. Ele ingressou em uma academia militar como cadete por algum tempo, e estudou engenharia industrial na Universidade Camilo Cienfuegos, em Matanzas.

? O legado de Fidel está em cada pessoa afetada pelos nossos programas: cada vida salva do ebola, cada haitiano salvo, cada latino-americano que fez cirurgias nos olhos, aprendeu um esporte ou a escrtever como parte de nossas missões. Seu legado está em cada doutor, cada instituto de arte ? avaliou Elián. ? Fidel nos ensinou a voar. Agora que não o temos mais aqui, cabe a nós liderar o caminho e cumprir a revolução.

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