Cotidiano

Seu filho respira corretamente?

A chamada via aérea superior (VAS) – aí incluído o nariz funcional e a naso e orofaringe, principalmente – livre de obstruções permite que a respiração seja feita pelas narinas, que funcionam para aquecer, umidificar, filtrar e pressurizar o ar que é destinado aos pulmões, para oxigenação do corpo.

Muito bem, além dessa questão vital, a VAS está, também, diretamente relacionada ao processo de crescimento e desenvolvimento do rosto das crianças.

Então, se algo estiver errado com o sistema respiratório de uma criança, é preciso tratar disso com urgência – e acompanhar o crescimento facial.

Isso deve ser feito precocemente na vida das crianças, tão logo seja diagnosticado que algo não vai bem com a forma correta de respirar.

As funções faciais – sendo a respiração a mais importante delas, em temos vitais – devem ser monitoradas e tratadas de forma multi/interdisciplinar médica já em idade bem precoce, normalmente desde os 3 anos de idade ou antes, inclusive, se necessário.

Isso é fundamental para que a criança tenha – além de saúde normal – um rosto que cresça sempre de forma correta, harmoniosa e bela, em direção (isso se chama ortotropia facial) à sua adolescência e depois adultícia.

O correto crescimento facial das crianças – principalmente na região dentofacial (onde se manifestam os problemas chamados de ortodônticos (dentes fora de suas posições corretas, tanto nas arcadas quanto no interrelacionamento delas entre si) – são grandemente afetadas por situações de alteração da saúde, tais como: processos alérgicos nasais (rinites); aumento excessivo de amídalas palatinas e adenoide (elas fazem parte do sistema imunológico da criança, mas não devem ficar hipertróficas a ponto de obstruir a correta respiração pelo nariz).

As amídalas palatinas são visíveis (visualizáveis) diretamente pelo exame da boca e orofaringe. Já a adenoide (que fica situada na parte de trás das narinas) só é visualizável através de exame de imagem (radiografia lateral do rosto ou também a de “cavum”, como a chamam os otorrinolaringologistas).

Outras alterações são obstrução da respiração durante o sono (apneia obstrutiva do sono); obstrução constante do nariz; sono não reparador, gerando várias alterações no bem-estar e qualidade de vida da criança; respiração bucal (feita pela boca) e roncos/ruídos noturnos; problemas comportamentais e neurocognitivos, tais como: sonolência diurna, hiperatividade, dificuldade em prestar atenção, irritabilidade, baixo nível de aprendizado na escola, entre outros; diminuição da liberação do hormônio do crescimento durante o sono; crescimento facial alterado, anormal, com perda sensível de harmonia e beleza do rosto; severas alterações da oclusão dentária (fechamento) entre si (o chamado problema ortodôntico, que se instala nos ossos que estejam com crescimento inadequado); possíveis problemas das ATMs (articulações temporomandibulares), aquelas que ligam a mandíbula ao crânio, ao lado das orelhas, entre outros.

Saiba como prevenir

Respirar bem significa fazer isso pelo nariz e nunca pela boca. Esse fato influi não somente no formato do rosto e das arcadas dentárias, como também na saúde geral das crianças.

Por isso, pais e mães de crianças pequenas (já a partir dos 3 anos ou antes ainda, se necessário) devem prestar muita atenção na forma de respirar de seus filhos, tanto de dia quanto de noite, durante o sono.

Se a respiração não for feita sempre com a boca fechada – respirando pelo nariz -, isso gera um sinal de alerta e de alarme para procurar ajuda médica urgente.

Existe nessa área médica da ortopedia facial e ortodontia pediátrica um protocolo clínico-terapêutico voltado a administrar as variáveis de crescimento e desenvolvimento facial e de posicionamento dentário das crianças.

Esse protocolo, em nossa atuação clínica, há mais de 30 anos – é denominado de MOFP (Monitoração Ortopédica da Face Pediátrica), que pode ajudar a identificar o problema e a corrigi-lo.