Política

Setor produtivo quer segurança para investir em energia alternativa

Foz do Iguaçu – Embora tenha no território uma das maiores geradoras de energia elétrica do País – Itaipu Binacional – com sucessivos recordes de produção, o oeste do Paraná enfrenta graves problemas decorrentes da baixa capacidade de fornecimento para atender a atual demanda regional.

Crescimento econômico? Hoje só com expansão da rede. Isso porque, mesmo com a economia aos tropeços, a demanda por energia é muito superior ao que suporta as redes, por isso, especialistas do setor apontam para uma grave pane se a produtividade crescer – como em meses anteriores.

De pequenas até grandes empresas: todas vêm sofrendo pela falta de investimentos em sintonia ao ritmo das indústrias e da agropecuária: os mais afetados na região.

Diante desse quadro nada pouco favorável, o setor produtivo paranaense mobiliza uma frente que parte do oeste do Estado para garantir ampliações da rede e medidas emergenciais que possam suprir a demanda atual ou pelo menos reduzir os impactos negativos na economia por meio de uma segurança legislativa para que invistam em produção própria de energias alternativas.

Hoje, na visão dos empreendedores, há um verdadeiro apagão nas leis – o que desestimula um investimento mais arrojado em sistemas eólicos, solares e biogás.

Cobranças

Por meio do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento), a articulação já ocorre na política paranaense com cobranças ao governo do Estado.

Como deixou Beto Richa (PSDB) deixou o governo do Paraná sem atender às demandas, agora é a governadora Cida Borghetti (PP) quem vem recebendo os apelos dos empresários para que seja consolidada uma legislação mais clara, segura e com incentivos tributários. “Ainda há uma insegurança. Em todos os países que são exemplos de utilização de energias alternativas, como Alemanha, França, Inglaterra e Espanha, há uma política de Estado que define alcance mínimo de dez anos na legislação”, explica Danilo Vendruscolo, empresário, economista e presidente do POD, que também alerta para as consequências de um Estado que não se preocupa com o fornecimento energético adequado à sua produção, entre elas a alta mortandade de animais no sistema agropecuário. “Possuímos um grande déficit de energia elétrica que afeta a qualidade na ponta final da produção. O índice de mortalidade é acima do normal e dependemos de uma medida do governo para a isenção de tributos na geração de energias alternativas”.

Governadora tem reivindicação em mãos

Nas mãos da governadora Cida Borghetti (PP), a proposta de isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) a unidades produtoras de energias alternativas é considerada a solução paliativa ao caos na distribuição energética.

Por enquanto, aguarda-se a liberação de projetos-pilotos em cinco propriedades na região que representariam um passo para o setor agropecuário. Mas uma medida mais ampla de dez anos daria segurança para o investimento em cooperativas, indústrias e pequenas propriedades.

“Deve-se compreender que essa medida resolve duas questões importantes: ambiental e econômica. Na nossa região há muitas propriedades com suínos que geram resíduos e provocam contaminação do solo. Com o aproveitamento desses materiais na produção de biogás podemos resolver o passivo ambiental. Além disso, evitamos quedas frequentes de fornecimento de energia”, diz Danilo Vendruscolo.