Cotidiano

Serra e Hollande defendem ?reciprocidade? em acordo UE-Mercosul

PARIS – Na recepção no Palácio do Eliseu na Semana da América Latina e do Caribe, o presidente François Hollande abordou o entrave atual nas negociações de livre comércio entre o Mercosul e União Europeia (UE), sublinhando que um acordo deve ser alinhavado na ?reciprocidade?, na ?transparência? e no ?respeito? da agricultura francesa. Em Paris para reunião da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o ministro das Relações Exteriores, José Serra, destacou que ?o problema é até onde vai a reciprocidade e o respeito?.

? Acho que ambos os lados têm de botar mais atenção na reciprociodade. Do nosso lado, do Mercosul, temos posto, mas é preciso que a Europa também ponha. Os brasileiros gostam de falar dos defeitos do nosso protecionismo, e eles têm razão, mas os europeus não falam dos defeitos do seu protecionismo, que é maior do que o nosso em muitos ítens, especialmente na área de matérias-primas e de alimentos ? avalia Serra.

Serra defendeu que é preciso forçar a expansão comercial mundial:

? O comércio está crescendo até menos do que o PIB mundial, e para alguns países isso não é um bom quadro, nem para o Brasil. Aliás, o Brasil tem hoje uma participação tão pequena nas exportações mundiais, que seu desempenmho pode melhorar mesmo com a estagnação do comércio mundial. Mas precisamos de mais acordos e entendimentos, e vamos insistir não apenas no caso da UE, mas também na América do Norte, Canadá e EUA, até como uma maneira de ter mais força do outro lado.

CRISE ECONÔMICA ?NORMAL?

O ministro brasileiro afirmou que considera a crise econômica brasileira ?especialmente grave?, mas ao mesmo tempo ?normal?.

? Todos os países têm crises. Acredito que o Brasil esteja numa fase de superação, até porque a inversão das expectativas vai fazer aumentar o consumo e o investimento, que antes não eram feitos pela incerteza do que iria aocntecer. O grau de certeza em relação à economia aumentou, e é apenas o começo ? disse Serra.

O chanceler definiu como preocupanmte o atual índice de desemprego no Brasil, mas aposta num quadro de melhora:

? Acho que a tendência agora é de desacelarar a piora. Primeiro, pelas inversão de expectativas. Segundo, porque a inflação enfraqueceu, o que poderá permitir um maior investimento, um alívio futuro nos juros. São condições positivas que vem aparecendo.

Nesta quarta e quinta-feira o chanceler brasileiro participa da reunião do conselho de ministros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris.