BRASÍLIA – Após encontro com o presidente Michel Temer, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse que a escolha do português António Guterres como secretário-geral da ONU o deixou muito feliz, e que é como se fosse um brasileiro no mais alto posto da ONU. Segundo Serra, o português terá um ?papel relevante no mundo?. Guterres
? Guterres, para nós, é como se fosse um brasileiro. Ficamos muito felizes. Ele é preparado, preparadíssimo. Como se tivesse trabalhado muito tempo para ser secretário ? disse, completando em outro momento: ? Foi escolhido dentro do processo mais inclusivo e democrático que já houve. É um homem de personalidade forte, tem experiência, achei realmente uma solução extraordinária. Conhece as questões do mundo e da organização e, sem dúvida nenhuma, terá um papel relevante no mundo.
Serra marcou uma audiência com Temer para levar consigo o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff manifestou preocupação porque, segundo ele, Dilma ?não é acusada de nada?. Segundo o ministro, o assunto não foi tratado. Na diplomacia, disse, olha-se para a frente.
? Não foi tocado (no impeachment). Na vida diplomática, você nunca pega um problema anterior, sempre olha para a frente ? afirmou.
Em uma rápida entrevista coletiva, Serra disse que a situação da Venezuela é ?além de preocupante?. Ele acredita, no entanto, que a ajuda do Vaticano, solicitada por aquele governo, e mais a ação dos Estados Unidos e Cuba podem ensejar uma solução.
? De fato a situação da Venezuela é alem de preocupante. Acredito que a ação dos EUA, que tem interesse em que se restabeleça a normalidade na Venezuela, e Cuba mais o Vaticano podem apontar alguma saída, mas não será simples ? pontuou.
