Cotidiano

Série do Canal Futura mostra exemplos de transformação no ensino

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RIO ? Indisciplina, faltas e evasão. O cenário não era fácil na Escola Estadual Dom
Constantino Lüers, em
Campo Alegre, Alagoas, em 2013, quando Valquíria de Assis assumiu a direção da
unidade. Mas não há escola perdida. A maneira como o jogo virou neste e em mais
quatro colégios espalhados pelo Brasil é o ponto central da série de reportagens
?Era uma vez outra escola?, do Canal Futura, que será lançada no primeiro dia do
Educação 360. O evento será realizado nos dias 23 e 24 deste mês pelos jornais O
GLOBO e ?Extra?, em parceria com o Sesc e a
Prefeitura do Rio e apoio da Coca-Cola Brasil, da TV Globo e do Canal Futura, na
Escola Sesc de
Ensino Médio, em Jacarepaguá. As inscrições estão abertas e podem ser feitas
pelo site www.educacao360.com.

Educação 360

Para descrever a mudança de seu colégio depois que a
diretora foi eleita pela comunidade escolar, um aluno usou a palavra
?revolução?. O nome de Valquíria, inicialmente, não foi bem recebido. Os homens,
segundo os alunos, não aceitavam a liderança de uma mulher. A educadora, que
estará presente no evento na Escola Sesc, aturou
até ataques contra seu carro. Três meses se foram, e ela não desistiu. Passado o
batismo de fogo, aproximou-se dos meninos, e um mutirão foi realizado para
reformar a unidade. A escola se transformou.

A série de TV foi conduzida pelo jornalista Antônio Gois, colunista do Globo. Além de Campo Alegre, ele
conheceu escolas em São Luís dos Montes Belos, em Goiás, Campinas, no interior
de São Paulo, no Rio e em Teresópolis.

? Todas as histórias têm em comum um inconformismo. Eles (alunos e
educadores) romperam a inércia. Outro ponto em comum é a mobilização da
comunidade. O diretor foi capaz de envolver todo mundo nessa busca pela mudança
? afirmou o jornalista Antônio Gois.

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DISCIPLINA CONTRA VIOLÊNCIA

A inspiração para a série surgiu da história do diretor
Diego Lima, vencedor do prêmio Educador Nota Dez de 2015. Ele transformou a
realidade de uma escola pública na cidade São Paulo que era conhecida por
constantes atos de violência entre alunos e contra professores. Para mudar,
discutiu e criou com os estudantes um novo código disciplinar, que deu voz aos
jovens. A partir desse exemplo, o Canal Futura buscou outras iniciativas no
país.

? O que faz as histórias serem casos de sucesso é a dedicação de gestores e o
envolvimento com as escolas. Não tenho dúvida de que o papel do gestor é
fundamental. O gestor tem que tomar decisões sobre orçamento, fazer mutirão, tem
que ter ideias, às vezes coloca dinheiro até do próprio bolso, o que não é
recomendável, mas acaba acontecendo pela vontade de melhorar uma condição.
Nessas cinco escolas, foi determinante para o sucesso trazer o sentido de grupo.
Você empodera todos os agentes relacionados à escola, o aluno, o pai, o
professor, o porteiro. É importante todo mundo estar em sinergia ? afirma o
coordenador de Jornalismo do Futura, José Brito.

Em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, a produção da
série encontrou a história da diretora Paloma de Souza, da Escola Municipal
Alcino Francisco da Silva. Ela apoiou um professor apaixonado por xadrez a fazer
com que aquele colégio na zona rural se tornasse uma potência no esporte entre
unidades de ensino. No Rio, a equipe visitou a Escola Municipal Henrique da
Silva Fontes, em Senador Camará, na Zona Oeste, onde conheceu a diretora Vera
Lucia Martins da Silva, que conseguiu vencer os
problemas que seus alunos tinham com leitura trabalhando e desenvolvendo a
interdisciplinaridade.

Em Campinas, a escola escolhida fica em uma área de
ocupação e cresceu quando entrou na batalha por melhorias de políticas públicas
na região. Já na pequena São Luís dos Montes Belos, em Goiás, a história parece
de cinema: o prefeito local chegou a convidar a Polícia Militar a para
administrar a unidade. Os alunos, então, resistiram. Queriam que a diretora
continuasse o trabalho de reorganização que já havia começado. O final foi
feliz: eles mantiveram o ?comando? da unidade.

? Isso só foi possível porque aquela escola já estava num
processo de transformação. E a comunidade já tinha abraçado a escola. Quando a
diretora assumiu, havia um problema sério de alunos matando aula. Ela, então,
deu o telefone para os comerciantes da região. Se tivesse um aluno matando aula,
era para avisar. Ela passou a receber ligação toda hora. Isso fez a comunidade
abraçar a escola, o que, depois, fortaleceu a resistência ? relata Gois.

O Jornal Futura exibirá a série a partir do dia 26,
segunda-feira, às 17h. Os episódios também serão disponibilizados no canal do
Futura no YouTube. Além de Antônio Gois, estarão
presentes no debate a ser realizado no Educação 360 a diretora Valquíria de
Assis, do colégio de Alagoas, a educadora Maria do Pilar e o especialista em
gestão escolar Ricardo Henriques, do Instituto Unibanco.

(*) Do ?Extra?.