Cotidiano

Senadores querem que PGR apure declarações do Ministro da Justiça

BRASÍLIA – Os deputados petistas Paulo Teixeira (SP) e Paulo Pimenta (RS) protocolaram nesta segunda-feira um requerimento à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara pedindo a convocação do ministro da Justiça, Alexandre Moraes. Eles querem que o ministro explique sobre as declarações antecipadas sobre a nova fase da Lava-Jato. O líder da posição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) e outros senadores informaram que vão encaminhar ainda hoje à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação pedindo que seja apurada a declaração do ministro.

A prisão do ex-ministro Antonio Palocci na 35ª fase da Operação Lava-Jato aconteceu um dia depois de o ministro sugerir que haveria novidades na investigação da Polícia Federal.

? É um escândalo o que aconteceu. Um absurdo. Quem fez o pedido de prisão, desta vez, foi a Polícia Federal, e parece que o ministro sabia antes. Depois, veio com uma desculpa que subestima a inteligência das pessoas, que não tem nada a ver ? disse Lindbergh.

Na Câmara, os deputados petistas colocam em cheque o princípio de independência entre Poder Executivo e Polícia Federal e chamam atenção para a seletividade e o uso político da Lava Jato.

?Antecipar informação privilegiada e, sobretudo, sigilosa é um ato criminoso e demonstra a interferência do Ministério da Justiça nas operações. A seletividade comprova que a Operação Lava Jato virou instrumento de luta política contra os adversários do governo Temer?, justificam os deputados no requerimento.

Em nota, a bancada do PT na Câmara diz que o governo de Michel Temer busca ?criminalizar sem provas o PT?.

?A prisão de Palocci ocorre num momento em que proliferam denúncias contra políticos do PMDB, d o PSDB e de outros partidos da base de apoio ao governo golpista Temer. A Lava- Jato cala-se e nada faz contra os políticos d essas agremiações?, diz o texto