Cotidiano

Senado aprova PEC, e teto de gastos valerá a partir de 2017

BRASÍLIA – O Plenário do Senado aprovou em segundo turno a PEC do teto dos gastos, com ajuda do “rolo compressor” do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para agilizar a votação. O placar foi de 53 votos a favor e 16 contra. Os votos a favor ficaram abaixo do registrado no primeiro turno, quando o sim foi dado por 61 senadores. A votação foi aberta às 13h15, em painel eletrônico. A PEC será promulgada nesta quinta-feira, em sessão solene do Congresso.

Falta votar os dois destaques pela oposição para votar parte do texto em separado. Os destaques devem ser derrubados.

A PEC cria um teto para o gasto público, com objetivo de evitar que a despesa cresça mais que a inflação a partir do ano que vem. O texto é uma das principais propostas do governo federal para reequilibrar as contas públicas.

O novo regime fiscal terá duração de 20 anos. A partir daí, o presidente da República poderá rever os critérios uma vez a cada mandato presidencial.

PEC do teto dos gastos: entenda a proposta

Contudo, haverá tratamento diferenciado para Saúde e Educação no ano que vem. A saúde terá 15% da receita corrente líquida e a educação ficará com 18% da arrecadação de impostos. A partir de 2018, as duas áreas passarão a ter as despesas corrigidas pela inflação, como os demais setores.

Segundo estimativas da consultoria de orçamento, o teto do Executivo para 2017 ficaria em R$ 1,232 trilhão; do Judiciário, em R$ 39,7 bilhões; do Legislativo, em R$ 11,5 bilhões, sendo R$ 5,6 bilhões para a Câmara e R$ 4 bilhões para o Senado; do Tribunal de Contas da União (TCU), R$ 1,9 bilhão; e do Ministério Público, R$ 5 bilhões.

A oposição chegou a fazer quatro pedidos para suspender a tramitação da proposta. A mais recente ? na qual senadores do PT e do PCdoB alegavam que Renan descumpriu o Regimento Interno da Casa ao realizar três sessões no mesmo dia ? foi rejeitada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, nesta manhã.

Na expectativa da votação, manifestantes foram à Esplanada dos Ministérios, que dá acesso ao Congresso Nacional, em Brasília. Também houve protestos em ao menos sete estados.