Cotidiano

Sem-terra ateiam fogo em áreas de mata e reflorestamento

Empresa pede ajuda para que as providências sejam tomadas o mais rápido possível

Rio Bonito – O Departamento Jurídico da Araupel comunicou o Estado, a Secretaria de Assuntos Fundiários e registrou boletins de ocorrência na polícia sobre queimadas feitas por sem-terra nos últimos dias em áreas de assentamento e na divisa com a empresa na região compreendida pelos municípios de Rio Bonito e de Quedas do Iguaçu. O setor, além de relatar o ocorrido às autoridades, pede ajuda para que as providências legais sejam tomadas o mais rapidamente possível.

Os focos de incêndio foram detectados por funcionários da Araupel e fotografados. Ontem, as queimadas ocorreram ao lado da área invadida em Rio Bonito do Iguaçu, no imóvel conhecido por Pinhal Ralo. O MST estaria queimando o pinus que cortou recentemente.

A ação de desmate em área de reflorestamento jovem foi fotografada e filmada e as imagens correm o País por meio das redes sociais. Outro dos temores da empresa, além dos efeitos que a queimada provoca no solo, é de os focos ficarem sem controle e de atingirem outras áreas, inclusive nativas.

No domingo, membros do MST teriam ateado fogo em áreas nas proximidades do acampamento em região conhecida por Lambari. A intenção, conforme relatos, é a mesma: queimar os pinus que foram cortados nas semanas anteriores.

Há ainda imagens, deste início de semana, que mostram, conforme o Departamento Jurídico da Araupel, um incêndio ainda maior, em limite do antigo assentamento com a Araupel. A empresa pede providências, porque há sérios riscos de áreas de mata e de preservação serem atingidas pelas chamas.

Ao mesmo tempo em que fazem queimadas em pontos considerados estratégicos da área, os sem-terra aumentaram boatos de que farão novas invasões nos próximos dias. A Araupel, empresa da área de beneficiamento de madeira e de reflorestamento, emprega 1,2 mil pessoas e injeta R$ 60 milhões por ano na economia apenas de Quedas do Iguaçu.

Em 19 anos, o MST fez cinco invasões à propriedade e hoje detém 50 mil dos 80 mil hectares originais da empresa. Somente nas últimas duas invasões, em espaço inferior há um ano, os prejuízos acumulados ultrapassariam os R$ 15 milhões.