Esportes

Sem piscina no país, nadador das Ilhas Marshall tem que treinar no oceano

RIO – Nem só de potências como EUA, Grã-Bretanha, China e Rússia vivem os Jogos Olímpicos. Pelo contrário. Se para os grandes nomes do esporte o pódio é mais do que uma meta, mas uma obrigação, para representantes de alguns países estar no maior evento esportivo do planeta já é um sonho realizado. É o caso do nadador Giordan Harris, das Ilhas Marshall, que vai disputar as eliminatórias dos 50m livre na quinta, apesar de morar em país onde não há piscina. A única do país é privativa de uma base militar, a qual ele não tem acesso.

– É muito difícil ser profissional da natação no meu país. Quando estou em casa, treino no oceano ou vou para outros países, como Fiji ? confessa o atleta, em entrevista ao GLOBO, na Vila dos Atletas.

Nascido há 23 anos em Las Vegas, nos EUA, porque em seu país era alto o índice de mortalidade logo após o parto, Harris é um dos cinco representantes das Ilhas Marshall nos Jogos. Disputando uma Olimpíada pela segunda vez, ele diz ser fã dos nadadores brasileiros.

– Eles são realmente muito bons. Como o recordista mundial Cesar Cielo, que é uma inspiração para mim. Estou muito triste por ele não ter conseguido índice. Ele é o meu atleta preferido, meu ídolo.

Se o campeão olímpico de 2008 não estará em ação, o nadador das Ilhas Marshall vê outro nome brasileiro com chances de subir ao pódio:

– Brasil tem ótimos velocistas, como Bruno Fratus. Ele é muito bom, tem chances de medalha, grande nadador.

Poucos recursos do país à parte, Harris fala com orgulho sobre as Ilhas Marshall, onde o basquete é o esporte mais praticado (inclusive, é ensinado nas escolas):

– Somos um pequeno país no sul do Pacífico, de cultura micronésia, perto da Polinésia, ao sul da Austrália. É um lindo país, com águas azuis cristalinas e areias macias.

E qual a meta de Harris na Rio-2016?

– Vai ser uma competição muito difícil, são vários bons nadadores, mas estou tentando melhorar minha marca pessoal (26s).Independente do seu resultado nesta quinta, o nadador das Ilhas Marshall não vai esquecer tão cedo a primeira experiência no Brasil:

– O povo aqui é fantástico, muito acolhedor, as pessoas são simpáticas. Estou curtindo muito.