Cotidiano

Sem negociação, greve dos bancários avança na região Oeste

Categoria considera uma afronta proposta de reajuste salarial de 5,5%

Cascavel – A greve dos bancários segue para seu terceiro dia e no Oeste, ao contrário das negociações, o número de agências bancárias que decidiram fechar as portas só aumenta. Já são mais de cem as unidades que aderiram à paralisação por tempo indeterminado.

O estopim para a interrupção dos serviços foi a proposta dos bancos aos colaboradores. Conforme o presidente do Sindicato dos Bancários em Cascavel e Região, Gladir Basso, que preside também a Federação da classe do Paraná, a categoria considera uma provocação a oferta de 5,5% de reajuste salarial, o que representa quase a metade da inflação dos últimos 12 meses, que foi de 9,88%. Esse valor não chega nem ao aumento real reivindicado pelos funcionários, que é de 5,7%.

“Foi uma proposta provocativa, que desrespeita os trabalhadores. O que pedimos com a greve é a reabertura das negociações, visto os altíssimos lucros obtidos pelos bancos no último semestre, que garante a possibilidade de melhores salários e condições de trabalho”, relata Basso.

Somente nos primeiros seis meses deste ano, os cinco maiores banco do País contabilizaram lucros líquidos de R$ 36,3 bilhões, 27% a mais do que o arrecadado no mesmo período do ano anterior. Diante das exorbitantes cifras, Basso afirma que os bancos possuem todas as condições para atender as reivindicações da categoria.

“Cobram 403,5% ao ano no cartão de crédito, 253,2% ao ano no cheque especial e têm lucros fantásticos”.

No Brasil, são mais de 512 mil bancários, que nos últimos onze anos conseguiram aumento real acumulado de 20,7%.

Cooperativas atendem durante a greve

Diferentemente das agências bancárias, as cooperativas de crédito e investimento mantêm normalmente os serviços prestados à comunidade. Isso porque elas atuam em procedimentos específicos como instituições financeiras. É o caso da Sicredi, que por fazer parte de um sistema de livre admissão tem todos os serviços fornecidos pelos bancos. 

Além disso, segundo o diretor administrativo da Sicoob de Cascavel, Leandro Kuhl, o sindicato que defende a categoria não é o mesmo dos bancários.

“Nesse caso, os colaboradores dessas unidades acabam se sindicalizando ao Sindicred [Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas de Crédito do Paraná]. Dessa forma, não há interferência do Sindicato dos Bancários durante o período de negociações”, relata Kuhl.

(Com informações de Marina Kessler)