Esportes

Sem interessados, Prefeitura vai desistir de PPP do Parque Olímpico

Os planos da Prefeitura do Rio para privatizar o Parque Olímpico da Barra e se livrar do alto custo de manutenção das arenas estão com os dias contados. Sob pressão do Tribunal de Contas da União (TCU) e correndo sério risco de ver fracassada a estratégia para viabilizar o Plano de Legado, o município deve desistir de fazer uma Parceria Pública Privada (PPP) para operar as instalações esportivas e adaptá-las depois dos Jogos. A PPP deve dar lugar a uma concessão pública, que seria administrada em conjunto pela cidade e pelo Ministério do Esporte.

A prefeitura do Rio não confirma a informação e afirma que novos detalhes sobre o Plano de Legado serão fornecidos nos próximos dias. As arenas, para ficarem mais atraentes e úteis para o treinamento esportivo, vão precisar passar por adaptações depois dos Jogos. A PPP lançada inicialmente atraiu pouco interesse. As adaptações estão orçadas em R$ 1 bilhão. Agora, esse custo deverá ser dividido entre prefeitura, Ministério de Esporte e eventuais concessionários. A iniciativa privada poderá explorar a realização de eventos ou mesmo o aluguel de espaço para o treinamento de equipes brasileiras e internacionais, caso se interesse pelo local.

É muito provável que a prefeitura de fato desista da PPP — cujo edital foi lançado no começo de julho — porque recebeu sinais claros de que o TCU não vai autorizar a operação, uma vez que boa parte dos investimentos realizados no parque receberam recursos diretos da União, que pagou pelo Velódromo e pelo Centro de Tênis. Outro fator é a prospecção de mercado, que indica a possibilidade de ninguém se interessar pela oferta. Até agora, poucas pessoas pediram para retirar o edital lançado.

Há também um problema de atratividade do negócio. Algumas arenas que têm pouco valor comercial, como o velódromo, o centro de tênis e o Estádio Aquático Maria Lenk. Além disso, nem todas as confederações teriam como arcar com a manutenção. Hoje fechadas, só a prefeitura gasta R$ 10 milhões por mês com a manutenção de cada uma dessas instalações. E o Comitê Rio-2016 ainda arca com outra parte.

O Ministério do Esporte, hoje comandado pelo peemedebista Leonardo Picciani, já informou à prefeitura que vai participar do novo modelo. No governo da petista Dilma Rousseff, o Ministério, mesmo com compromisso de atuar no plano de legado, não apoiou nenhuma das iniciativas para participar com recursos da adaptação do Parque Olímpico.

O legado da região, chamado de Centro Olímpico de Treinamento, prevê o aproveitamento de todas as arenas permanentes, o que também inclui as três arenas cariocas e o Parque Aquático Maria Lenk. A arena Multiuso da Barra, sede da Ginástica, teve sua concessão renovada antes dos Jogos. O Estádio de Natação e a Arena do Futuro, sede do Handebol, serão desmontados.