Cotidiano

'Sem censura': Leda Nagle é demitida da TV Brasil e programa vai acabar

RIO ? O contrato de Leda Nagle com a TV Brasil, que termina no aniversário da apresentadora, em 5 de janeiro, não será renovado, e o seu “Sem censura” sairá do ar. Há 21 anos à frente do programa, que estreou dez anos antes de sua entrada, a apresentadora foi comunicada da demissão nessa quarta-feira pelo presidente da Empresa Brasil de Comunicação, a EBC, Laerte Rimoli.

Em comunicado publicado em seu Twitter, Leda se diz “triste” e “perplexa” com o que considerou “falta de caráter” dos executivos da emissora, e reclamou da falta de espaço para a negociação. Segundo ela, o motivo alegado foi falta de verba para manter o programa no ar.

“Confesso que preferia ficar calada neste momento. Recolhida, lambendo minhas feridas, me reorganizando, repensando a vida com o coração e a razão”, disse a apresentadora, em comunicado publicado em seu Twitter. “Mas, ao mesmo tempo, me sinto na obrigação de esclarecer esta situação que me surpreendeu ontem e que ainda não posso dizer, sinceramente, que assimilei ou degluti”.

Segundo a apresentadora, seus contratos tinham a vigência de um ano, e o vencimento do último foi em 5 de novembro. “Há dois meses procurei a direção da EBC para saber se iriam renovar meu contrato, a resposta foi: sim. Fizemos três reuniões falando do assunto, cumpri as regras burocráticas e continuei no ar, mesmo sem contrato, cumprindo minhas obrigações de acordo com as normas que acreditava vigentes”.

A jornalista alega que tanto o presidente da EBC, como sua equipe, agiam “como se tudo estivesse certo”. “Segundo me diziam eles, ‘o contrato está acabando de ser feito pelo jurídico’. Sempre foi assim, demorado (…). Ontem, me convocaram para uma reunião e me apresentaram um aditivo (tipo um remendo de contrato) que vale por dois meses e termina dia 5 de janeiro, coincidentemente dia do meu aniversário”. Embed Leda

“Claro que fiquei triste. Tenho 40 anos de televisão. Estou fazendo o ‘Sem censura’ há quase 21 anos. Gosto muito do programa e da minha equipe. E, mais do que triste, fiquei perplexa com a falta de caráter em me dar a palavra de que estava tudo certo, que o contrato seria renovado, deixar a pessoa trabalhar normalmente, sem contrato, acreditando na palavra empenhada e aparecer com advogado, um aditivo e esta desculpa esfarrapada da falta de dinheiro”, reclamou.

“Não houve nenhuma proposta de redução do valor do contrato, nenhuma tentativa de composição (…). Foi muito feito. Fiquei e estou muito triste. Mas vida que segue. Sou uma mineira guerreira. Bola pra frente, com certeza. Se Deus quiser”, finaliza.