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Seleção feminina da Argélia 'estreia' no goalball, mas perde por 7 a 1

RIO ? E a equipe feminina de goalball da Argélia finalmente apareceu para disputar um jogo nesta Paralimpíada. Depois de não comparecer aos confrontos diante de Estados Unidos e Israel, sendo declaradas perdedoras por WO em ambas as partidas, as argelinas deram o ar da graça na Arena do Futuro para “estrear” na competição contra o Japão, na tarde desta segunda-feira. E, agora, em quadra, com a bola rolando, perderam mais uma vez: 7 a 1. Assim, estão matematicamente eliminadas da competição. Nesta terça-feira, às 11h30m, a Argélia enfrenta o Brasil, na Arena do Futuro, pela última rodada da primeira fase.

A equipe africana só chegou ao Rio na madrugada deste domingo. A versão oficial divulgada pelos argelinos é que a delegação perdeu um voo e, por conta disso, acabou não chegando no Brasil na data programada.

Após o jogo contra o Japão, nem o técnico Mohammed Bettahrat ou as jogadores foram liberados para falar com a imprensa na zona mista. Entretanto, o chefe de comunicação, Said Saad, conversou com os jornalistas. E garantiu que não houve problema político na ausência para os dois primeiro confrontos paralímpicos, já que a Argélia não tem relações diplomáticas com Israel.

? Todo mundo pode estar achando que é uma questão política. Mas o que aconteceu foi apenas que perdemos o nosso voo da Polônia (onde a equipe treinava) para a Argélia. E esse primeiro voo que não conseguimos pegar desencadeou a perda de outras conexões. E estava muito difícil conseguir outros voos em poucas horas. As consequências criam algumas especulações. Mas nós estamos aqui para competir. E tenho certeza que nosso time vai fazer o melhor possível. Claro que todo esse atraso comprometeu nossa performance ? declarou Saad.

O chefe de comunicação desconversou ao ser perguntado sobre as declarações do técnico assistente da equipe feminina de goalball, Ariel Fuerte, de que o time argelino masculino da modalidade já havia perdido de WO duas vezes para os israelenses, reforçando o caráter político do caso.

? Não tenho informações de que isso aconteceu em outras partidas ? respondeu.

Se a história do voo é verdadeira ou não, outra coisa é certa: a organização paralímpica do país teve outros problemas menores. Por exemplo, estavam com um uniforme errado. Ao invés de uma camisa com a logo dos agitos paralímpicos, símbolo dos Jogos, trajavam camisas com os aros olímpicos. Por isso, usaram tarjas verdes para tampá-los.

? O padrão de uniforme deveria ser o paralímpico, mas veio com esse símbolo olímpico porque o nosso uniforme paralímpico não chegou a tempo. Por isso colocamos a tarja ? contou o assessor, que usava uma camisa típica de turista, escrita “Rio de Janeiro”, em verde (a principal cor da bandeira argelina), com uma imagem do bondinho do Pão de Açúcar.

? Sentimos que o simbolismo do espírito paralímpico está muito presente no Rio de Janeiro. E tivemos a oportunidade de assistir à cerimônia de abertura. Aproveitamos para agradecer ao povo brasileiro, que é muito caloroso. Estamos muito felizes com esse acolhimento ? elogiou.

A imprensa japonesa se irritou com o argelino, reclamando que os dois resultados de WO foram injustos com a seleção japonesa, por conta do saldo de gols. Estados Unidos e Israel foram declarados vencedores pelo placar de 10 a 0 nos confrontos não realizados diante da Argélia.

? Isso é um problema que deve ser creditada à organização do goalball. Concordamos que talvez seja um pouco injusto. Mas isso é uma questão técnica, não posso opinar se é certo ou errado ? declarou Saad.

O argelino também comentou sobre a possibilidade, que chegou levantada pelo diretor de comunicação do Comitê Paralímpico Internacional, Craig Spencer, de o país ser desclassificado do torneio de goalball como punição:

? Também é uma decisão da organização ? rebateu.

Uma jornalista nipônica mais exaltada criticou as explicações de Saad, chamando-as de “piada”.

? É é sua opinião, madame ? disse o assessor, irônico, encerrando a conversa.

O JOGO

Foi uma vitória tranquila das japonesas, que abriram 3 a 0 no placar, com dois gols de Akiko Adachi e um de Eiko Kakehata. A Argélia descontou através de Bakhta Benallou: 3 a 1. Mas, logo no início do segundo tempo, o Japão marcou com Temma. Kakehata ampliou, de pênalti, 5 a 1. Na sequência, Temma fez mais dois. A artilheira nipônica ainda perdeu um pênalti, defendido por Benallou. E o placar ficou mesmo nos 7 a 1.