Cotidiano

Segurança alimentar em debate

No prato dos brasileiros ou no campo com os agricultores e suas famílias. No uso urbano para limpar terrenos, na pulverização promovida pela saúde pública contra a dengue ou nas tomadas das residências espantando os mosquitos, os ‘venenos’ estão presentes no cotidiano e tem seus números medidos em toneladas e milhões de reais.

Especificamente em Cascavel, os dados apontam que o consumo de agrotóxicos passou de 5 mil toneladas entre os anos de 2014 e 2015 e a média de intoxicações na área da bacia do Paraná 2 – que representa o Oeste do Paraná – o índice chega a 53,5 por 100 mil enquanto nas demais regiões do Paraná a proporção é de sete pessoas por 100 mil habitantes. Os dados são da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná)

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Seminário

No Seminário sobre contaminação crônica por agrotóxico no Oeste do Paraná, que aconteceu ontem, no assentamento Valmir Mota, o vereador Paulo Porto (PCdoB) debateu com a Dra. Lilimar Mori (10ª Regional), Naiara Bittencourt (advogada da Terra de Direitos), Luiz Carlos Hartmann, do Capa (Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia) e com o promotor Ângelo Mazzuchi, Promotor de Justiça, como fortalecer as políticas públicas que garantam proteção aos agricultores e segurança alimentar aos consumidores.

O seminário contou ainda com a presença da secretária de Educação de Cascavel, Marcia Baldini, diretores, professores e estudantes das escolas de Rio do Salto, São Salvador e do assentamento Valmir Mota, do Centro Regional de Direitos Humanos, Igreja Anglicana, Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida e de uma delegação do Zâmbia.

Inseguros

“Primeiro não se pode afirmar que existam venenos seguros”, destacou Lilimar Mori. Dentre os problemas de saúde relacionados ao uso de agrotóxicos estão problemas neurológicos, respiratórios, distúrbios endócrinos, malformação congênita, diminuição de força motora, casos de depressão, esquecimento, além de incidência de tentativas de suicídio e cânceres. “Essas substâncias chegam pelo solo, água, alimentos e pelo vento”, comentou Lilimar.