Política

Secretário de Saúde promete “choque de gestão” no HU de Cascavel

Grupo de trabalho vem a Cascavel na próxima semana para analisar contratos e custos

Secretário de Saúde, Beto Preto
Foto: ANPR

Cascavel – Uma equipe de profissionais selecionados pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) chega a Cascavel nos próximos dias como um paliativo ao pedido de intervenção no HU (Hospital Universitário) de Cascavel feito por vereadores e que o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, chama de “choque de gestão”. “Trata-se de uma comissão que vai estar no HU acompanhando e analisando todos os contratos e os convênios do hospital… a questão dos insumos, tudo o que existe no hospital será acompanhado por essa equipe. Queremos entender contratos e todas as demandas do hospital e construir soluções, respeitando a autonomia universitária”, anunciou o secretário em entrevista ao Jornal O Paraná.
Ele fez questão de lembrar as diversas tentativas de diálogo com os gestores e que nunca surtiram o efeito necessário. “Nós temos que tomar as rédeas. Recebi a informação do prefeito Leonaldo Paranhos sobre a superlotação nas UPAs… é uma situação que acontece em diversas cidades do Estado, mas não nessa intensidade da região de Cascavel. Então não adianta apenas falar em leitos, precisamos falar em gerência de serviços, gestão hospitalar. Essa gestão precisa ser mais profissionalizada. Não quero criticar ninguém, temos que manter isso tudo fora da política”, ressaltou Beto.
Ele afirmou ainda que quanto menos se fala do atendimento de um hospital significa que ele está indo bem, mas quando vai parar muito na mídia é porque tem problemas.

Soluções
Segundo o secretário, uma aproximação com os HUs é necessária e na região oeste o Hospital Universitário de Cascavel é a solução para os problemas enfrentados. “Queremos realmente fazer um choque de gestão no Hospital Universitário de Cascavel, pois acreditamos que ele pode ser sim a grande solução dos grandes problemas que existem lá e na região toda, respeitando todos os outros hospitais também. Nós temos grandes condições para atender melhor a população da região oeste. E precisamos nos aproximar mais dos HUs, fazer com que eles possam estar conosco não apenas na área acadêmica, na formação, mas também na assistência aos cidadãos e cidadãs usuárias do SUS”, enfatizou.

Semana caótica
A notícia do “choque de gestão” vem após uma semana caótica na regulação de pacientes de Cascavel e macrorregião. Na última segunda-feira (28) havia 150 pacientes esperando leitos na tela do Consamu – regulador do sistema. Alguns foram levados terça-feira (29) para Campo Largo e outros para Nova Aurora. Na quinta-feira (31), pacientes foram encaminhados para hospitais privados de Cascavel e Medianeira, que não possuem convênio com o SUS, e o Estado deve custear as diárias, porque não havia mais opções.
Diante de uma determinação da 10ª Regional de Saúde, pacientes graves que estavam havia dias esperando vaga nas UPAs e clicados diversas vezes foram encaminhados ao HU, que precisou aceitá-los, o que é chamado de “Determinação Regulatória”. Contudo, a medida irritou a direção do HU, que decidiu suspender as cirurgias eletivas, afirmando que a superlotação não garantia a segurança de pacientes nem de funcionários, e destacou ainda que “tal medida não é reconhecida pelo Hospital” como termo oriundo dos procedimentos adotados e contratualizados com a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Não foi informado quando as cirurgias eletivas serão retomadas.
Apesar da contrariedade do HU, a medida já havia sido sugerida pela regulação do Consamu como alternativa para desafogar as UPAs e atender pacientes que já aguardam há semanas por vagas.

Nota de Esclarecimento do HU
A direção do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) informa que na próxima semana está agendada reunião com a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná para que se possa de forma conjunta promover a criação de um plano de contingência para ajudar na questão das Upas de Cascavel. Nesta mesma ocasião ainda ocorrerá a reunião do Comitê de Urgência e Emergência. Diante disso, a direção do Huop somente se pronunciará depois que às medidas a serem tomadas, afim de minimizar os problemas, sejam definidas.

Reportagem Cláudia Neis