Política

Secretariado técnico ou político?

Com a nomeação de três novos secretários, sendo pelo menos dois deles com perfil mais político, e um nome que causou estranheza para a chefia de gabinete, o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, acredita que conseguiu um balanço entre perfil técnico e perfil político do novo secretariado.

Os novos nomes, como já divulgado, são: Walter Parcianello, secretário de Cultura e Esportes – essa a indicação que mais surpreendeu, considerando que Walter era adversário político e atacou Paranhos na campanha de 2016; Edson Zorek, antigo diretor de Compras e agora secretário de Planejamento e Gestão; Rose Vascelai, que é do PR – partido que apoiou Marcos Vinícius em 2016 -, para Secretaria de Política sobre Drogas e Proteção à Comunidade; e Lauri Silva, que será chefe de gabinete a partir do dia 1º de Fevereiro.

“Gosto de trabalhar com a técnica e com a política, porque é preciso de sensibilidade política e também de técnica para avançar”, avalia.

A atitude do prefeito em convidar partidos que não lhe apoiaram não cheirou bem a alguns aliados. Mas, Paranhos diz que é uma questão de visão e que todos os partidos que estiveram com ele na campanha estão participando da administração. “Estou rigorosamente cumprindo com todos os partidos. Nenhum que me apoiou está fora da administração, seja com um cargo, uma secretaria. Agora, não é possível que as pessoas te apoiem só por um cargo”, alfineta.

Segundo Paranhos, mais de 100 cargos de confiança não foram preenchidos, além de cinco secretários no início do governo, por economia. “Eu fiz mais de 80 mil votos. Não consigo abrigar todo mundo na prefeitura. Fiz 51% dos votos, mas preciso governar para 100% da cidade”, retruca.

Com a Câmara

Se corre risco no relacionamento com a Câmara de Vereadores ao chamar adversários para compor o governo, Paranhos acredita que não. Até porque, com MDB e PR participando da administração, o prefeito ganha três vereadores na base, e ao mesmo tempo desagrada alguns apoiadores de campanha. “Elegemos uma quantidade menor de vereadores na coligação e nem por isso tivemos problemas no primeiro ano de governo. Pelo contrário, abrindo essa possibilidade e com novas forças, o relacionamento só tem a somar”, avalia.