Cotidiano

Secretaria de Meio Ambiente vai iniciar castração de animais de rua

Desde setembro, quando foi divulgada a empresa vencedora, nenhum animal foi castrado no município

Cascavel – A novela da castração e microchipagem dos animais de rua ganhou mais um capítulo e, ao que tudo indica, o decisivo para que, finalmente, tenha início o processo de castração desses animais. Desde setembro, quando foi divulgada a empresa vencedora do certame, nenhum animal foi castrado no município.

Na última semana de novembro, uma reunião realizada pelo Setor de Zoonoses, junto às ONGs, com os protetores individuais e a Semab (Secretaria do Meio Ambiente), trouxe um novo parecer para tentar por em prática a lei que entrou em vigor em maio de 2014.

“A Sesau (Secretaria de Saúde) iniciou uma discussão com a Semab, que se propôs a assumir parte dos serviços de castração que não sejam uma demanda de zoonose. A gestão dos serviços de castração será compartilhada entre as duas secretarias”, explica a Secretaria Municipal de Saúde sobre a mudança no desenrolar do processo.

Durante o ano, o Setor de Zoonoses se deparou com o impedimento de realizar a castração em massa dos animais devido a uma lei federal que limita os procedimentos realizados pelo SUS a fins de zoonoses, quando os animais possuem alguma doença, como a raiva, que oferece risco aos moradores. A solução encontrada foi destinar à Semab os procedimentos que não cabem ao Setor de Zoonoses.

Com o processo compartilhado com a Semab, o município abre a possibilidade para que uma parceria seja feita com as ONGs.

“A principal dificuldade do município era fazer essa triagem para decidir em que animais seriam feitas as castrações. Com base nisso, a decisão foi de que parte das castrações será repassada às ONGs, que vão realizar esta triagem, possibilitando que o procedimento seja destinado às pessoas que adotarem os animais de rua”, explica a vice-presidente da ONG Sou Amigo, Valéria Zamboni Souza.

Após o início do processo com as triagens realizadas pelas ONGs, a segunda etapa vai contemplar os animais de famílias de baixa renda e, num terceiro momento, os animais de rua, que ainda não possuem um local disponível no município onde possam ser estabelecidos no pós-operatório.

Crítica

A solução encontrada não agrada a todas as protetoras. Laurenice Veloso é presidente da Acipa (Associação Cidadã Protetora de Animais), uma das ONGs mais antigas do município que abriga atualmente 260 animais.

“O município acredita que os animais são adotados com facilidade, porém, nós fazemos feiras de adoções todo sábado e apenas um ou dois animais saem de lá com adotantes. Parece um jogo de empurra e, agora eles estão empurrando a responsabilidade para as ONGs que já estão superlotadas”, disse.