Cotidiano

Secretaria de Direitos Humanos de Foz reforça compromisso com o enfrentamento às violências no Dia da Consciência Negra

Data expõe os desafios impostos pela pandemia e revela a importância do fortalecimento do Poder Público no enfrentamento às violências

Secretaria de Direitos Humanos de Foz reforça compromisso com o enfrentamento às violências no Dia da Consciência Negra

Neste Dia da Consciência Negra (20), a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade de Foz do Iguaçu reforça o compromisso de continuar fortalecendo as políticas públicas para garantir a inclusão social dos grupos mais afetados pelas violências estruturais e simbólicas, que vitimam, a cada 23 minutos, um jovem negro no país.
De acordo com o Atlas da Violência, a taxa de homicídios de negros no Brasil saltou de 34 para 37,8 por 100 mil habitantes entre 2008 e 2018, um aumento de 11,5% no período. O relatório aponta que em 2018, os negros representaram 75,7% das vítimas de todos os homicídios.

A realidade no Brasil, que se reflete em maiores ou menores proporções nos municípios, expõe uma cisão profunda provocado pelo escravagismo, cuja lógica se perpetua até os dias de hoje. A diferença entre as cidades está na promoção da visibilidade do tema e no enfrentamento às violências.

Para a Secretária de Direitos Humanos, Rosa Maria Jerônymo Lima, o grande desafio nestes tempos de aprofundamento das crises socioeconômicas está na capacidade de articulação do Poder Público para reduzir as desigualdades sociais e fazer o combate às diversas formas de violência, que passam pela discriminação racial.
“Ao criarmos uma Secretaria destinada a atuar na garantia dos Direitos Humanos, começamos a dar visibilidade a essa grave situação que vivemos. Também iniciamos um processo de fortalecimento dos organismos de controle social, com a criação inédita do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial, e com ações transversais que estão trazendo importantes resultados. Mas vamos fortalecer ainda mais essa articulação para que possamos avançar no combate às atrocidades”, disse.

Mulher
A data também marca o início da campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. A mobilização organizada pelas Secretarias de Direitos Humanos e Assistência Social, através do CRAM, e com apoio de diversas entidades, também priorizará o debate sobre a violência contra a mulher negra, maior vítima das atrocidades estruturais e sistêmicas.

Essa população representa 58% das ligações ao Disque 180 e lideram as estatísticas de feminicídio no país. Elas também são mais afetadas pela mortalidade materna, 56%, e pela violência obstétrica, 65%. Dados do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, apontou que houve aumento de 40%, no comparativo com anos anteriores, no número de denúncias feitas através do disque 180.