Cotidiano

Secretária de Cidades trabalhou para maior doadora de Maranhão

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RIO – Além da nomeação de duas irmãs e de seis doadores de campanha do deputado Waldir Maranhão (PP-MA) na Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), revelada pelo GLOBO no último domingo, a própria presença de Flávia Alexandrina como titular da pasta reforça o feudo criado pelo parlamentar em seu estado. Antes de assumir o cargo, Alexandrina trabalhou como consultora da Amorim Coutinho Engenharia e Construções. A firma foi a maior financiadora do presidente interino da Câmara nas eleições de 2014: contribuiu com R$ 300 mil, cerca de 40% do total recebido (R$ 755 mil).

A doação a Maranhão foi a única realizada pela Amorim Coutinho nas eleições de 2014. Além de doadora de Maranhão, a empresa também tem forte ligação com outro político de peso no estado. O sócio administrador da firma é Antonio Augusto Araújo Coutinho Filho, sobrinho do atual presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho (PDT), ex-prefeito da cidade de Caxias (MA).

Maranhão 29-05

A própria assessoria da Secid confirmou que Alexandrina trabalhou para a Amorim Coutinho por um ano, antes de assumir seu posto atual. Foi entre agosto de 2013 e o mesmo mês de 2014. Em nota, alegou, porém, que a consultoria foi feita sem vínculo empregatício. ?Devido à sua larga experiência na gestão de programas de habitação, a Sociedade de Programas Específicos (SPE) Cidade Nova, da qual faz parte a Amorim Coutinho com outras quatro empresas, contratou Flávia Alexandrina como consultora, sem vínculo empregatício, para gerenciamento da contratação de projeto habitacional junto ao Banco do Brasil?.

Alexandrina foi funcionária de carreira da Caixa, até se aposentar em 2013. A secretária afirmou em nota que ?desconhece existência de doações a candidatos, inclusive ao deputado Waldir Maranhão, já que nunca teve envolvimento político-partidário?.

O QUE ACONTECE EM CASO DE RENÚNCIA

Se o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), decidir renunciar ao cargo de vice-presidente serão convocadas novas eleições num prazo de até cinco sessões, como prevê o regimento interno.

Como a eleição para presidência e vice ocorreu em fevereiro de 2015, ainda há prazo de cinco meses para novo pleito. No caso de o cargo ficar vago depois de 30 de novembro, o posto deve necessariamente ser ocupado por um dos titulares da Mesa até o fim do mandato.

O risco de Maranhão deixar o cargo após 30 de novembro existe na hipótese de prosperar uma representação no Conselho de Ética pela cassação do seu mandato, que pode levar até seis meses com o uso de recursos.

A única hipótese de não haver eleição para o cargo é se Maranhão se afastar temporariamente por até 120 dias. Nesse caso, assume o 2° vice, Giacobo (PR-PR).