Cotidiano

Sánchez resiste a tentativa de cúpula do PSOE de derrubá-lo

MADRI ? A decisão do líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, de votar contra a investidura do presidente de governo, Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP), num novo mandato levou a uma rebelião interna na legenda com a renúncia de metade da cúpula dirigente na tentativa de forçá-lo a deixar o cargo. Sánchez é acusado por seus correligionários pelo impasse na política do país ? há 282 dias sem um governo eleito, desde que nenhum partido conseguiu maioria absoluta em duas eleições seguidas.

O secretário de Política Federal do PSOE, Antonio Pradas, apresentou as renúncias de 17 dos 35 membros da executiva nacional do partido. As renúncias explicitaram tensões internas entre os socialistas, amplificadas após os péssimos resultados obtidos na Galícia e no País Basco nas eleições dos Parlamentos regionais, no último domingo.

A medida também foi encarada pela imprensa espanhola como uma tentativa de forçar uma renúncia de Sánchez antes de sábado, quando o líder do PSOE ? que não desistiu da tentativa de formar um governo alternativo com partidos como o Podemos e o Cidadãos ? pretende convocar primárias partidárias.

O líder do PSOE afirma que sua manutenção do ?não? a um governo de Rajoy está em sintonia com os princípios do partido.

? Defendo a posição que meu partido merece. Se o PSOE se abstiver, estará abrindo a porta a uma legislatura baseada na chantagem e ficará submisso ao PP ? afirmou Sánchez, que se recusou a renunciar e disse que os filiados à legenda, e não os dirigentes partidários, decidirão seu destino em votação.

O ex-presidente socialista do governo, Felipe González, atacou Sánchez, alegando ter ouvido dele que o partido não se oporia a Rajoy num voto de confiança.

? Sinto-me enganado e defraudado por Pedro Sánchez, que criou uma confusão no partido e outra maior no país.