Cotidiano

Rússia investiga falha em nave de carga que iria para a ISS

RIO ? A Roscosmos, agência espacial da Rússia, está investigando uma falha numa nave de carga que impediu que ela chegasse à Estação Espacial Internacional (ISS). Lançada no início da tarde de ontem do cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão, a cápsula Progress MS-04/65P se desintegrou a cerca de 190 quilômetros de altitude sobre a desabitada região de Tyva, na Sibéria, e a maior parte de seus destroços queimou na reentrada na atmosfera.

A Progress levava cerca 2,5 toneladas de suprimentos para a ISS, incluindo alimentos, água e roupas. Apesar disso, tanto a Roscosmos quanto a Nasa destacaram que a perda da nave não vai afetar as operações na estação, atualmente ocupada por seis tripulantes: os cosmonautas russos Andrey Borisenko, Sergey Ryzhikov e Oleg Novitskiy; os astronautas americanos Peggy Whitson e Shane Kimbrough ; e o francês Thomas Pesquet, da Agência Espacial Europeia (ESA). Isso porque já no próximo dia 9 outra nave de carga, a HTV-6, da Agência Espacial do Japão (Jaxa), deverá partir rumo à ISS. Além disso, a estação foi recentemente abastecida por outra cápsula, a ATK, da empresa americana Orbital, em outubro.

Esta é a terceira vez que uma cápsula russa Progress não chega como previsto à ISS. Em agosto de 2011, a versão M-12M/44P da cápsula também queimou na atmosfera quando o terceiro estágio do foguete lançador Soyuz-U se apagou prematuramente após pouco mais de 5 minutos de voo. Já em abril do ano passado uma Progress M-27M/59P ficou girando descontrolada no espaço durante quase uma semana após outro problema no terceiro estágio do foguete lançador, desta vez um Soyuz 2-1A.

Diante disso, a suspeita agora é que também um problema no terceiro estágio do foguete lançador, novamente um Soyuz-U, tenha levado à perda da cápsula. Apesar disso, uma fonte ligada à Roscosmos disse à agência de notícias russa Tass que as causas do acidente provavelmente não poderão ser estabelecidas, pois não estão disponíveis nem dados de telemetria nem destroços.

– A transmissão de telemetria do foguete foi cortada instantaneamente, então é praticamente impossível estabelecer uma sequência de eventos para identificar as causas da emergência. Já quanto às evidências materiais, como destroços do terceiro estágio do foguete que pudessem dar uma pista, estas também não estão disponíveis ? lembrou o informante.

Segundo a fonte da Tass, as investigações agora devem se focar na modelagem de cenários para os possíveis problemas que a nave pode ter enfrentado, assim como análises de equipamentos idênticos ainda em solo, como um foguete Soyuz-U já estacionado em Baikonur.