Cotidiano

Rússia e China vetam resolução da ONU por trégua em Aleppo

MIDEAST-CRISIS_SYRIA-ALEPPO-GM331FNAE.1.jpgNOVA YORK – Rússia e China apresentaram veto nesta segunda-feira a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, que exigia uma trégua de sete dias em Aleppo (norte da Síria). A Venezuela também votou contra o texto apresentado por Espanha, Egito e Nova Zelândia. Angola se absteve. Esta é a sexta vez que a Rússia bloqueia uma resolução do Conselho sobre a Síria desde o início do conflito, em março de 2011, e a quinta vez que e a China o faz.

A Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad, havia informado ter discrepâncias sobre o texto negociado durante várias semanas. No último minuto, tentou adiar a votação até pelo menos a próxima terça-feira. Mas depois de consultas, os promotores do texto apoiado por Estados Unidos, Reino Unido e França, decidiram seguir adiante.

O embaixador russo, Vitali Churkin, avaliou que o Conselho deveria ter esperado os resultados de uma reunião entre russos e americanos, prevista para a terça-feira, em Genebra. Segundo Moscou, o objetivo das conversas é alcançar um plano papra fazer sair todos os rebeldes do leste de Aleppo, a segunda cidade do país, assediada pelas forças do regime.

? Há acordo nos elementos de base da iniciativa, que foi rejeitada pelos grupos insurgentes de Aleppo ? disse Churkin.

A embaixadora adjunta americana Michele Sison disse, ao contrário, que não há “avanços” nas discussões russo-americanas “porque a Rússia quer conservar suas conquistas militares”.

? Não deixaremos a Rússia enganar o Conselho.

Se a resolução tivesse sido aprovada, teria permitido “salvar vidas”, disse o embaixador da França, François Delattre.

O embaixador chinês, Liu Jieyi, afirmou que o Conselho “deveria ter continuado negociando” para chegar a um consenso e criticou “uma politização dos assuntos humanitários”.

O projeto de resolução pede uma trégua de pelo menos sete dias em Aleppo, com opção de renová-la. Também prevê que se permita “responder às necessidades humanitárias urgentes” e deixar entrar os serviços de socorro destinados a dezenas de milhares de moradores da parte rebelde sitiada.

A metrópole do Norte da Síria, capital econômica do país, estava dividida desde 2012 entre os bairros do oeste, controlados pelo governo, e os do leste, nas mãos dos rebeldes. O exército do presidente sírio, Bashar al-Assad, lançou uma grande ofensiva em 15 de novembro passado para retomar toda a cidade.

Desde seu início, em março de 2011, a guerra civil síria matou mais de 300.000 pessoas.