Cotidiano

Romance 'A resistência', de Julián Fuks, ganha Livro do Ano de ficção no Jabuti

SÃO PAULO ? O romance “A resistência” (Companhia das Lletras), de Julián Fuks, foi considerado o Livro do Ano de ficção no 58° Prêmio Jabuti, cuja cerimônia de entrega aconteceu na noite desta quinta feira, em São Paulo. Dois títulos dividiram o prêmio de Livro do Ano de não ficção: “Mário de Andrade: Eu sou trezentos – Vida e Obra” (Edições de Janeiro), de Eduardo Jardim, e “Dicionário da história social do samba” (Companhia das Letras), de Nei Lopes e Luiz Antônio Simas.

A novidade desta edição foi o prêmio Escolha do Leitor. Os vencedores, escolhidos por meio de votação eletrônica aberta ao público entre os dez finalistas das categorias contempladas, foram: em contos e crônicas, “Amora” (Não editora), de Natália Borges Polesso; em poesia “Vertigem” (Iluminuras), de Wilson Alves Bezerra, e em romance “Ainda estou aqui” (Companhia das Letras), de Marcelo Rubens Paiva.

Concorreram aos prêmios este ano 2,4 mil obras, originárias de várias regiões do Brasil.

Vencedora de cinco prêmios Jabuti, a escritora Lygia Fagundes Telles foi a homenageada da edição deste ano como a Personalidade Literária de 2016. Aos 93 anos de idade e com a voz enfraquecida, a autora de clássicos da literatura brasileira como “Ciranda de pedra” (1954) e “As meninas” (1973) foi receber a homenagem em pessoa:

— Jovens escritores, não desistam da luta — disse ela, ao ler um discurso de agradecimento em que lembrou o falecido marido, o professor e critico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes. — Lembro da jovem escritora que fui e não desisti. O poeta (Carlos Drummond de Andrade) disse uma vez: “Há uma pedra no meio do caminho”. E eu digo: “Há um caminho no meio da pedra”. Se eu não tivesse quebrado a pena em um acidente doméstico, sairia dançando por este palco com vocês.

O único momento mais tenso ocorreu após o discurso de João Batista de Andrade, novo secretário-executivo do Ministério da Cultura, representando o ministro Roberto Freire. Batista foi vaiado pela platéia ao terminar seu pronunciamento, no qual disse que havia aceitado o convite de Freire em nome da necessidade de “unidade nacional”.