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Rodrigo Pessoa diz que não será o quinto a site europeu

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A reserva nos Jogos do Rio não desceu bem para o cavaleiro campeão olímpico Rodrigo Pessoa. Em entrevista a publicações europeias, ele deixa claro que deve desistir de fazer parte da equipe e traz à tona o descontentamento com o técnico da seleção brasileira George Morris. Oficialmente, porém, nenhuma decisão foi confirmada pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) até ontem.

?Ao anunciarem a decisão, eu avisei que não vou como o quinto cavaleiro. Mas dada a insistência, embora eu realmente não queira isso, e muitas coisas podem acontecer nos próximos dias, concordei em deixar a Cadjanine de quarentena para estar pronto, caso seja necessário. Mas há um sexto conjunto que também está se preparando, e se todos estiverem pronto, é ele que ficará com o quinto cavaleiro. Eu não vou ser o quinto no Rio?, disse ao site ?StudForLife?, em entrevista em francês.

AUSÊNCIAS DE MORRIS

Pessoa, que já havia soltado uma nota após a convocação na segunda-feira, reiterou seu ponto de vista contrário à escolha do técnico americano, que o deixou fora do time titular. Ele acredita que sua experiência não poderia ter sido descartada, ainda que admita que a égua Cadjanine esteja abaixo das demais montarias.

O cavaleiro ainda reclamou da ausência do técnico nas competições europeias, como outros cavaleiros brasileiros haviam feito. Morris vive nos Estados Unidos e foi apenas três vezes à Europa, desde que assumiu a seleção no início do ano, em substituição polêmica ao francês Jean-Maurice Bonneau. Na ocasião, houve críticas à escolha do americano, que já foi treinador de Doda e a ex-mulher Athina Onassis. O técnico também não esteve presente no anúncio da lista, segunda-feira, em São Paulo.

?Talvez minha égua esteja, abaixo dos demais cavalos. Mas quando eu disse, em Aachen, que estava pronto para os Jogos, acho que o meu passado prova que eu posso trazer um cavalo pronto no momento certo e podemos levar isso em conta para me dar o crédito necessário. Em todos os lugares, em cada equipe há um quinto e isso não é absolutamente pejorativo. Se eu estivesse em um país com uma verdadeira concorrência como a Alemanha, Holanda, França, seria lógico… Ele (Morris) não é uma pessoa moderna, se move muito pouco e fez a sua escolha em uma competição, quando ele nem sequer sabe os nomes dos cavalos.?

Pessoa colocou em dúvida a convocação do cavaleiro Ste-phan Barcha, que monta Landpeter do Feroleto há pouco mais de um ano, e acabou sendo o quarto cavaleiro da equipe. Para ele, os resultados recentes do carioca de 26 anos não o credenciam para a competição de mais alto nível.

?Estou ainda mais surpreso que irá um rapaz que saltou quatro GPs cinco estrelas em sua vida.?

SEXTO RESERVA DIVULGADO

Barcha, que é treinado por Nelson Pessoa, pai de Rodrigo, desde 2013, não quis entrar na polêmica. Pelo contrário, mostra respeito pela trajetória do cavaleiro de ouro.

? Vejo que foi opção do técnico (Morris), que dispensa comentários, assim como o Nelson. Também não há o que falar do Rodrigo, a história diz por ele. Na posição que tiver no time terá muito a agregar.

Um erro do site da Federação Equestre Internacional (FEI), segundo a CBH, aumentou ainda mais os rumores da desistência de Pessoa. Na lista final das equipes de saltos, Felipe Amaral/Carthoes BZ, que foi convocado para ficar de stand by aparece como o primeiro reserva. Alguns sites especializados publicaram a lista sem o nome de Rodrigo Pessoa. O anúncio do sexto reserva, na convocação do início da semana, também causou estranheza no meio. Raramente, isso é feito pelas seleções de saltos, pois a segunda opção só entrará em cena caso dois conjuntos não tenham condições de competir.