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Roberto de Andrade teria ligeira vantagem contra impeachment no Corinthians

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Uma crise econômica e política vivida por um personagem considerado controverso, um tanto individualista e teimoso em suas decisões. Como cenário, uma arena que, além de sonho realizado, colabora para esvaziar o cofre das bilheterias para poder ter quitada a sua construção.

Este é o pano de fundo do possível impeachment do presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, que pode ser afastado nesta segunda-feira à noite na reunião de conselheiros do clube.

Uma fonte ouvida pelo Panorama avaliou que os cerca de 350 conselheiros estão divididos, mas reservam uma ligeira vantagem para a permanência de Andrade.

VITÓRIA NA JUSTIÇA

Ainda na manhã desta segunda-feira, Andrade teve uma vitória com a suspensão pela Justiça de um inquérito por falsidade ideológica, aberto porque Roberto de Andrade assinou uma ata de presidente, referente ao estacionamento da Arena Corinthians, em data anterior à posse. O problema agravou a sua situação, mas não foi o único.

Nos bastidores do clube, Roberto de Andrade é visto como um presidente centralizador. Ele, segundo fontes ouvidas pelo blog, não seria muito apto a ouvir conselhos sobre contratações. Muito, em parte, por achar que é responsabilidade apenas do presidente os destinos do clube.

Sem a maior parte da arrecadação dos jogos da arena (cerca de 95%), que é direcionada para cobrir os gastos de financiamento da construção do estádio, o clube vive uma crise econômica, agravada pela dificuldade em arrumar patrocínio.

Somente com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, o pagamento mensal é de R$ 5 milhões. Dessa maneira, Andrade tem a seu favor o fato de ter feito uma gestão de austeridade para tentar respeitar os compromissos.

O OUTRO LADO

Caso o impeachment seja aprovado, assumirá o primeiro vice-presidente, André de Oliveira, o oposto de Andrade, mas apontado como sem muito trânsito no atual departamento de futebol.

André é aliado do ex-presidente Andrés Sanchez e conhece bem os bastidores do Corinthians e do departamento social do clube. É uma pessoa considerada sociável e com grande poder de diálogo.

Em 2016, seu nome apareceu em uma planilha da Odebrecht, que construiu o Itaquerão, por um suposto pagamento de propina de R$ 500 mil. Ele negou após ser levado em condução coercitiva para a Polícia Federal. Pagou R$ 5 mil de fiança e foi liberado.

É ex-bicheiro e foi candidato a vereador, mas não conseguiu ser eleito. Em 2003, levou sete tiros pelas costas e sobreviveu sem sequelas. O atirador não foi identificado e o crime, jamais esclarecido.