Cotidiano

Riqueza natural: Foz do Iguaçu tem a maior valorização de terra no oeste

Já em valores, pedaço de chão em Guaíra é o mais caro em toda a região

Foto:Jaelson Lucas / ANPr
Foto:Jaelson Lucas / ANPr

Foz do Iguaçu – O oeste do Paraná tem algumas das terras mais valiosas do País, especialmente quando o assunto é agricultura. Mas foi justamente o interesse imobiliário que ditou o ritmo da valorização nos últimos anos.

Conforme levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural), da Seab (Secretaria de Agricultura e do Abastecimento) do Paraná, são as terras de Foz do Iguaçu que registraram a maior valorização desde 2017, saltando 77%.

Considerando as terras do grupo A classe III, que são as mais comuns no Estado, o preço médio do hectare era de R$ 34 mil em 2017, e, neste ano, está em R$ 60 mil.

Já em termos de valores, os pedaços de chão de maior valor estão em Guaíra (R$ 77 mil/ha) e Serranópolis do Iguaçu (R$ 61 mil/ha).

“As terras em Foz do Iguaçu estão com esse preço pela proximidade com a cidade. As áreas rurais se agregam ao perímetro urbano”, explica a economista Jovir Esser, do Deral.

Embora sejam consideradas terras agrícolas, é o turismo quem puxou os preços em Foz. “Grande parte das áreas rurais está próxima das principais avenidas de Foz, o que gera maior interesse de compra e, consequentemente, maior valorização. As terras próximas da Avenida Cataratas, por exemplo, estão muito valorizadas porque aquele setor está recebendo grandes investimentos. Redes de hotéis sempre estão em busca de novas áreas para expandir seus negócios”, ressalta o presidente do Núcleo de Imobiliárias de Foz do Iguaçu, Paulo Felipe.

No oeste

Já a economista do Deral observa que, nos últimos anos, o preço médio das terras no oeste subiu 40% em função da mecanização das áreas e da cotação da soja. “Hoje, uma área com produção altíssima, rende 200 sacas de soja por alqueire. Já uma lavoura dentro da média, que é mais comum, produz cerca de 150 sacas de soja por alqueire. Isso influencia os preços, porque as negociações são feitas com base no preço da soja. Em março, a saca de 60 quilos estava R$ 89, e hoje está R$ 100”, acrescenta.

Mecanização

Segundo o presidente do Secovi-PR (Sindicato da Habitação do Paraná), Luiz Antônio Langer, uma das razões que explicam a valorização das áreas agrícolas é a mecanização: “Muitos produtores rurais estão mecanizando as áreas, transformando o pasto em lavoura de grãos, porque a soja, que serve como moeda de troca nas negociações, está valorizada nos últimos anos”.

Levantamento

Os dados são do Deral, que faz levantamento anual das médias de preços de mercado e que servem como referencial para as negociações. Vale lembrar que cada propriedade tem características próprias, que podem influenciar nos preços, considerando localização, vias de acesso, topografia, hidrografia, tipo de solo, capacidade de uso, grau de mecanização, entre outros fatores.