Cotidiano

Richa vê negociação como antídoto à crise

Ele defendeu a importância de se valorizar mais a negociação coletiva neste momento de crise

Curitiba – O governador Beto Richa defendeu ontem a importância de se valorizar mais a negociação coletiva neste momento de crise em que o Brasil precisa urgentemente criar mecanismos para preservar os atuais empregos e gerar novos.

“Precisamos buscar um equilíbrio maior nas relações entre trabalho e capital. A negociação coletiva pode, sem prejudicar direitos consagrados na CLT, ser conduzida de acordo com a situação conjuntural da economia”, disse ele durante um seminário da UGC (União Geral dos Trabalhadores), em Curitiba.

O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Ives Gandra Martins Filho, e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, também participam do seminário, que reuniu mais de 400 pessoas, entre dirigentes sindicais de várias partes do País e advogados trabalhistas de entidades ligadas à UGT.

Nogueira também defendeu que a geração e manutenção dos empregos são fundamentais para o Brasil. “O empresariado precisa entender que o salário do trabalhador é investimento e não despesa. Não há comércio e produção sem dinheiro na mão dos consumidores”, afirmou.

UNIÃO DE ESFORÇOS

Para o presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, a entidade representa a base da pirâmide trabalhista e o encontro é uma oportunidade de discutir projetos importantes, como o que amplia as terceirizações. “Precisamos estar unidos para superarmos essa crise e fazer o Brasil voltar a crescer”, afirmou, destacando que o Paraná tem o maior salário mínimo regional do País.

SINDICALISMO APARTIDÁRIO

A oportunidade aberta pelo encontro de ontem para discutir reformas trabalhistas também foi destacada pelo presidente da UGT Paraná, Paulo Rossi. “Vamos dialogar para, juntos, encontrarmos uma melhor solução. O trabalhador não pode pagar pela crise”, afirmou Rossi. “Não fazemos sindicalismo partidário. Queremos o consenso e estamos dispostos a ver o melhor para o Brasil”, ressaltou.