Cotidiano

Revelação da cena carioca, Ventre lança primeiro DVD; veja 'Ao vivo no Méier'

VentreAoVivo1_PedroArantes.jpgRIO ? Na última edição da Mostra Livre de Artes (MoLA), no Circo Voador, no fim de setembro, uma das quatro atrações musicais do festival chamou especial atenção pelo grande público que arrastou para a lona da Lapa. É bem verdade que a Ventre era a única banda carioca do evento, mas o que saltou aos olhos (ou ouvidos, no caso) foi que aquelas mil e tantas pessoas sabiam cantar, do início ao fim, praticamente todas as letras do trio formado por Gabriel Ventura (guitarra e voz), Hugo Noguchi (baixo) e Larissa Conforto (bateria).

Agora, a Ventre, original de Vila Isabel, Zona Norte da cidade, comemora um ano de seu primeiro e homônimo disco em grande estilo. O DVD “Ao vivo no Méier” (veja abaixo, em primeira mão), gravado em dezembro do ano passado, no Imperator, marca também a estreia da parceria do trio carioca com o selo indie Balaclava Records, de São Paulo.

? Quando fomos convidados para tocar no Imperator Novo Rock (hoje Rio Novo Rock, festival mensal que rola na casa), já foi maravilhoso porque era com a El Efecto, uma banda que idolatramos, uma das melhores do país. A ideia de documentar isso veio da Larissa e a coisa foi tomando forma muito rapidamente, não foi planejado ? relembra Ventura. ? Foi uma grande correria para chamar amigos que nos ajudassem, arrumar câmeras, a galera que ia captar o áudio. Foram dois dias bastante caóticos (risos), mas o resultado está maravilhoso. Ventre Ao Vivo No Méier – DVD Completo

Por ter sido um show de festival, com horário preestabelecido, a gravação fugiu do que podemos chamar de “padrão” para um DVD. Não foi possível, por exemplo, repetir as músicas para corrigir uma possível falha. Algo que, nem de longe, preocupou a banda.

? Aquilo é o nosso show de verdade. Exatamente como tocamos. Tem erro, o que é normal, e não tenho encanação nenhuma com isso. Mesmo que quiséssemos ter esse preciosismo, não podíamos, até porque a El Efecto também gravou o show deles, que deve sair no futuro. No fim, as duas bandas se juntaram no palco, duas baterias, uma coisa linda ? lembra o músico, que também já tocou (ou toca) com Lenine, Cícero, Duda Brack, na banda Posada e o Clã e, ao lado dos companheiros de Ventre, faz parte do supergrupo Xóõ.

O ano de 2016 tem sido ainda mais intenso para o trio carioca. Depois de rodar grande parte do Sudeste e do Centro-Oeste apresentando o primeiro disco, a banda embarca nesta sexta-feira para sua primeira turnê no Nordeste. Por lá, a Ventre passará por festivais tradicionais, como o Coquetel Molotov (Recife) e o DoSol (Natal), além de circular por cidades de Paraíba, Ceará, Bahia e Alagoas, acompanhada pela banda capixaba My Magical Glowing Lens.

Um momento de consolidação do trabalho e criação de público que Ventura admite que não esperava viver:

? Ninguém faz banda para ser famoso, para ter fãs. A gente faz porque quer tocar, porque é uma maneira de se expressar. Não gosto dessa coisa de glamourizar banda e artista. Mas ficamos muito felizes quando percebemos que as pessoas ficaram tocadas com a nossa música, quando elas vêm falar conosco na lojinha, comprar nosso disco, investir no nosso trabalho. O show no Circo foi até meio assustador. Quando a galera começou a cantar alto, deu vontade de voltar para casa, porque você não sabe como reagir (risos).

Depois do giro pelo Nordeste, a Ventre ainda passa por São Paulo, onde toca no Balaclava Fest. E então? Começam a pensar em disco novo?

? Pensar a gente sempre pensa, mas ainda não começamos efetivamente a trabalhar nisso. Além do tempo que a Ventre nos cobra, fazemos muitas coisas paralelas. Talvez quando voltarmos da viagem, mas queremos fazer tudo com calma. Mas, uma coisa é certa: não vamos deixar demorar tanto quanto o primeiro ? garante Ventura.