WASHINGTON – Os republicanos da Câmara de Representantes dos Estados Unidos decidiram manter seu colega Paul Ryan como presidente da Casa – anunciou a bancada nesta terça-feira (15). Sem a oposição dos ultraconservadores do Tea Party, Paul Ryan foi reeleito por unanimidade em uma votação a portas fechadas, mantendo a função que ocupava há cerca de um ano.
“É uma tremenda honra ser nomeado por meus colegas para servir como ‘Speaker’ da Câmara. É hora de ir além”, reagiu Ryan, de 46 anos, congressista pelo Wisconsin, no Twitter, após a votação hoje no Capitólio.
Em janeiro, o plenário da Câmara baixa – onde os republicanos têm maioria – elegerá o líder. Espera-se que a confirmação de Ryan no posto seja apenas “pro forma”, a menos que algum republicano resolva desafiá-lo.
Do lado democrata, os dissensos obrigaram o adiamento da eleição interna de seu chefe. Atualmente, é Nancy Pelosi, de 76, que dirige o grupo minoritário, mas um candidato da nova geração – Tim Ryan, de 43 – poderia questionar sua liderança. O presidente eleito Donald Trump assume o governo em 20 de janeiro com maioria republicana nas duas câmaras do Congresso.
Depois de manter uma distância segura de Trump e de tê-lo criticado diversas vezes ao longo da campanha, Paul Ryan acabou se alinhando ao 45º presidente americano. Em entrevista coletiva nesta terça pela manhã, Ryan afirmou que “75% das pessoas nesse país acreditam em que os Estados Unidos vão pelo caminho equivocado”.
“Agora disseram para tomarmos um caminho melhor, uma melhor orientação. Esse é o nosso trabalho. Não olhar para trás, e sim para frente”, completou.
Trump e os republicanos parecem concordar em geral com um roteiro que inclui mudar a reforma de Saúde promovida pelo democrata Barack Obama, construir um muro na fronteira com o México, além de reduzir os impostos.
“Estamos em sintonia com nosso presidente eleito”, disse Ryan. “Falo com Donald Trump praticamente todos os dias.”
Os resultados definitivos das eleições de 8 de novembro ainda não foram divulgados, mas os republicanos garantiram pelo menos 239 cadeiras na Câmara de Representantes, contra 193 dos democratas, e ao menos 51 das 100 do Senado.