Esportes

Renato Augusto espera 'clima de Libertadores' no Peru

BELO HORIZONTE – Foi o próprio técnico Tite que reconheceu, após o jogo, que a vitória
sobre a Argentina acabou sendo mais fácil do que ele esperava, principalmente
depois do primeiro gol brasileiro. Vencido o maior rival, a seleção se prepara
agora para um adversário que, em tese, deveria ser mais tranquilo, mas que
desperta cuidados especialmente por ser fora de casa. Na quinta-feira, o Peru
conseguiu surpreendente vitória sobre o Paraguai, em Assunção, com uma goleada
por 4 a 1, de virada. O resultado botou a seleção andina na briga por uma vaga:
com 14 pontos, o Peru está a apenas três da zona de classificação.

TABELA: Jogos e classificação da Sul-Americana

Seleção brasileira eliminatórias 11 de novembroNas contas da comissão técnica brasileira, baseada nas eliminatórias
anteriores, para garantir a vaga uma seleção precisa fazer 50% + 1 dos pontos
totais em disputa, o que significa atingir 28 pontos. Para o Brasil, faltam uma
vitória e um empate nos sete jogos restantes. Assim, um empate em Lima estará
longe de representar uma tragédia para o time.

Um dos líderes do time de Tite, Renato
Augusto, prevê ?sofrimento? para o Brasil em alguns momentos de jogo, e um clima
duro para os visitantes, ainda mais com o Peru de volta à briga por uma
vaga.

? Costumo dizer que jogo fora de casa em Eliminatória lembra um pouco a
Libertadores. Você sofre um pouco. A gente aprendeu a sofrer e suportar, fora de
casa, os momentos complicados de um jogo. Isso dá mais tranquilidade quando você
joga com a bola no pé ? disse Renato Augusto.

Ainda com Dunga, o Brasil jogou três vezes fora de casa nestas Eliminatórias,
sem conseguir vencer: houve uma derrota para o Chile (2 a 0), e empates contra
Argentina (1 a 1) e Paraguai (2 a 2). Com Tite, o aproveitamento mudou completamente: duas
vitórias, contra Equador (3 a 0) e Venezuela (2 a 0). Outra preocupação na
seleção é evitar um possível relaxamento após a euforia pelos 3 a 0 sobre a
Argentina.

? Fizemos por merecer os elogios contra a Argentina, mas já estamos com o
alerta ligado para o próximo jogo ? disse o goleiro Alisson.

Depois de ganhar folga na sexta-feira, os jogadores da seleção voltaram ao
treino ontem, na Cidade do Galo. O time volta a campo hoje, novamente no CT do
Atlético Mineiro, e no fim do dia embarca para a capital peruana.

O SILÊNCIO DE NEYMAR

Escalado pela CBF para a entrevista de ontem, por causa
da marca de 100 jogos pela seleção, Daniel Alves saiu em defesa de Neymar, que em Belo Horizonte tem mantido o
silêncio e se recusado a falar com a imprensa, seja em entrevistas coletivas ou
na zona mista após o jogo de quinta-feira. Daniel afirmou que Neymar se sente incomodado com a publicação de
notícias sobre sua vida pessoal.

? Às vezes, a crítica transcende o campo. E isso causa uma sensibilidade. Ele
está de férias, e querem criticar a forma como ele passa as férias. Se falassem
só de dentro de campo, tenho certeza que isso não seria gerado. Mas se vocês
acham que, por sermos jogadores, vocês têm que controlar nossa vida, que têm que
falar de tudo o que fazemos… A gente não pede para ser elogiado, o problema é
transcender o lado profissional. Respeito o trabalho da imprensa, mas entendo o
Ney ? disse Daniel. ? Ele é uma pessoa muito cobrada. Ele tomou a decisão de dar
as respostas dentro de campo. A gente é obrigado a passar pela zona mista, mas
não é obrigado a falar com com vocês.