Cotidiano

Renan nega que agiu em retaliação à força-tarefa da Lava-Jato

BRASÍLIA – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que é obrigado a colocar em votação requerimentos que pedem urgência em votação de matérias, como ocorreu com o pacote de medidas anticorrupção aprovado na madrugada desta quarta-feira pela Câmara.

– Não havia outra solução senão deixar o plenário decidir e o plenário decidiu que não é urgente e vai tramitar na Comissão de Constituição e Justiça. Não fui eu quem assinou o requerimento. Essa pergunta tem que ser feita a quem assinou o requerimento e pediu a urgência – afirmou Renan.

Agora, disse ele, o projeto irá tramitar normalmente no Senado, passando pelas comissões e a votação ficará para 2017 e não mais ocorrerá este ano.

Perguntado se agiu com o objetivo de retaliar a força-tarefa da Lava-Jato, que ameaça renunciar às investigações se o pacote for aprovado, Renan disse que não assistiu à entrevista. Afirmou, no entanto, que não se pautou pelo assunto.

– Eu não assisti. (Nâo interferiu) Absolutamente. Eu sei que as tentativas de interferir no Legislativo são muitas. Esse bom senso e essa racionalidade que todos temos que ter. Achei muito bom que o Senado decidiu que esta não é uma matéria urgente e não será votada agora.

Renan havia dito pela manhã que o pacote anticorrupção não seria votado pelo Senado, posição radicalmente contrária à tomada horas depois, quando encaminhou a votação no plenário.

– Não estava no horizonte, (o requerimento de urgência) chegou depois. E não tinha acordo- disse o presidente do Senado.